09/02/2025
Homem morre envenenado por desmarcar a data do casamento; namorada é acusada do crime
RIBEIRÃO DAS NEVES, BH - “Eu quero me casar”. Esse era o
pensamento fixo de Bianca Caldeira, de 22 anos, que foi acusada de matar o
namorado, Junio Pereira Barbosa, de 27 anos, após ele desmarcar a data do
casamento no cartório em dezembro do ano passado. O inquérito da Polícia Civil
concluiu que a namorada teria colocado veneno de rato em uma pizza. O crime ocorreu no último dia 28 de dezembro em Ribeirão das
Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O corpo foi encontrado
enrolado em cobertor e lona, preso com fita crepe, num barracão em construção
próximo da casa da autora, que fica no mesmo terreno. Bianca e Junio tinham um relacionamento que já durava seis
anos, segundo o delegado Marcos Ribeiro, da Delegacia Especializada em
Homicídio de Ribeirão das Neves. “Ela, no entanto, não se contentava só com o
namoro e queria, de qualquer forma, se casar”. Segundo a polícia, tratava-se de uma relação doentia, pois
Bianca tinha um amante, mas não se sabe se ele teria ajudado a acusada no
crime. As investigações mostraram que o relacionamento de Bianca e
Junio era conturbado e que ela exercia uma forte pressão psicológica no
namorado. Dessa maneira, Bianca conseguiu fazer com que ele marcasse o
casamento no cartório para o dia 18 de dezembro do ano passado. “Ela o
pressionou e ele acabou aceitando. Foi ao cartório e marcou a data. Mas nem sua
família e nem a dela tinham sido avisados, o que aconteceu somente duas semanas
antes da data”, conta o delegado Marcos. Ela comprou as alianças e pagou as taxas de cartório. “A
vítima se via pressionada a se casar e, dias antes da cerimônia, o casal teve
um desentendimento”, conta o delegado. A briga cinco dias antes do casório teria levado Junio a
desistir do enlace. No dia 18 de dezembro, data marcada para a cerimônia, a
vítima não compareceu, o que levou a suspeita a iniciar os planos para
assassiná-lo. Bianca perguntou ao amante onde poderia comprar veneno de
rato, pois precisava matar os bichos que estariam aparecendo em sua casa. O
amante a orientou. A substância, conhecida como chumbinho, foi usado de outra
forma por ela. Depois de comprar o veneno, convenceu o namorado a ir em sua
casa lanchar e colocou o veneno numa pizza. “A investigada misturou veneno em uma pizza e ofereceu ao
namorado. Como o efeito da substância demorou a se manifestar, ela recorreu à
asfixia para matá-lo. Depois, enrolou o corpo com fita adesiva, um cobertor e
uma lona, escondendo-o nos fundos de um barracão em construção no mesmo terreno
da família dela”, detalha o delegado Rios. No dia seguinte, Bianca seguiu sua sua rotina. Com o carro
da vítima foi ao cinema com uma prima menor de idade. “Nessa ocasião, ela
detalhou toda a ação criminosa à prima, conforme descobrimos posteriormente nas
investigações”, diz o delegado. Quando soube que os familiares do namorado a procuravam, ela
abandonou o veículo em outro bairro e retornou para casa. Durante a madrugada,
retirou o corpo do local onde o havia escondido e tentou fazer uma cova. Antes
do amanhecer, ateou fogo no carro da vítima e voltou para casa. Coração de mãe Foi a mãe de Bianca quem descobriu a ação criminosa e chamou
a polícia. Desde o dia anterior, a família da vítima questionava o
desaparecimento de Junio, que tinha sido visto pela última vez em 26 de
dezembro, quando disse que iria para a casa de Bianca. Desconfiada, a mãe de Bianca conversou com a filha e a
história que esta contou não a convenceu. Ela foi, então, até a casa da prima,
com quem Bianca tinha ido ao shopping. A menina contou que Bianca havia lhe contado
que tinha matado o namorado. A mãe foi até a casa da filha e esta confessou o
crime. Mostrou onde estava o corpo. “No final das contas foi a mãe dela quem lhe deu voz de
prisão ao descobrir tudo. A investigada queria escapar e se esconder, mas foi impedida
por ela até a chegada dos policiais”, destaca o delegado Rios. Bianca foi indiciada por homicídio qualificado por motivo
fútil e emprego de veneno, ocultação de cadáver, incêndio e fraude processual.
Ela está presa à disposição da Justiça.
EM, com fotos: Reprodução/Redes Sociais
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