28/12/2024
Desemprego em novembro chega a 6,1%, a menor taxa desde 2012, segundo dados do IBGE
BRASÍLIA, DF - A taxa de desocupação no Brasil chegou a
6,1%, com o recuo de 0,5 ponto percentual (p.p.) no trimestre encerrado em
novembro. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), é a menor taxa da série histórica da PNAD Contínua, iniciada no
primeiro trimestre de 2012. A queda é em comparação ao trimestre de junho a
agosto, quando ficou em 6,6% e caiu 1,4 p.p. em relação ao mesmo trimestre de
2023, que foi de 7,5%. A taxa equivale a 6,8 milhões de pessoas em busca de emprego
no país, o que representa o menor contingente desde o trimestre terminado em
dezembro de 2014. Em um trimestre, 510 mil pessoas deixaram o desemprego. Ante
o mesmo trimestre de 2023, 1,4 milhão de pessoas saíram da população
desocupada. A pesquisa indicou ainda que a taxa de desocupação alcançou
8,8 pontos percentuais abaixo do recorde da série histórica da PNAD Contínua,
que ficou em 14,9%, atingido no trimestre encerrado em setembro de 2020. Já o
número de desocupados está 55,6% abaixo do recorde da série de 15,3 milhões,
verificado no primeiro trimestre de 2021. Os dois períodos foram durante a
pandemia da covid19. Ocupação As pessoas ocupadas somaram 103,9 milhões, sendo um novo
recorde no país. Antes disso, essa população havia caído ao menor contingente
na série histórica, somando 82,6 milhões no trimestre encerrado em agosto de
2020. De lá para cá, houve alta de 25,8%, o equivalente a 21,3 milhões de
pessoas a mais no mercado de trabalho. Com o desempenho da ocupação no trimestre terminado em
novembro, o Brasil tem recorde também entre os empregados no setor privado, que
atingiu 53,5 milhões, e os trabalhadores com carteira assinada, que alcançaram
39,1 milhões. No setor público foram 12,8 milhões de trabalhadores. Segundo o IBGE, novamente, o nível de ocupação, que é a
proporção de pessoas com 14 anos de idade ou mais que estavam trabalhando, foi
recorde também, chegando a 58,8%. “O ano de 2024 caminha para o registro de recordes na
expansão do mercado de trabalho brasileiro, impulsionado pelo crescimento dos
empregados formais e informais”, disse a coordenadora de Pesquisas Domiciliares
do IBGE, Adriana Beringuy. Informalidade Outro dado da pesquisa é sobre o número de empregados sem
carteira assinada, que não teve variação significativa no trimestre e permaneceu
em 14,4 milhões. Já o total de trabalhadores por conta própria avançou 1,8% no
trimestre ou 25,9 milhões e ficou estável no ano. Com 38,7%, a taxa de informalidade equivale a 40,3 milhões
de trabalhadores. “Essa taxa está ligeiramente abaixo da registrada no
trimestre anterior [38,8%] e foi menor que a do mesmo período de 2023 [39,2%]”,
informou o IBGE. Grupos A alta da ocupação foi puxada por quatro dos dez grupamentos
de atividade investigados pela pesquisa. A Indústria subiu 2,4%, ou seja, mais 309
mil pessoas; a Construção se expandiu em 3,6%, mais 269 mil pessoas; o setor de
Administração Pública, Defesa, Seguridade Social, Educação, Saúde Humana e
Serviços Sociais avançou 1,2%, mais 215 mil pessoas; e os Serviços Domésticos,
com alta de 3%, empregou mais 174 mil pessoas. Conforme o IBGE, a soma dessas
atividades econômicas representou um ganho de 967 mil trabalhadores, no
trimestre. “A expansão da ocupação por meio de diversas atividades
econômicas vem permitindo que tanto os trabalhadores de ocupações elementares
quanto os de serviços profissionais mais avançados sejam demandados, expandindo
o nível da ocupação geral da população ativa”, explicou Adriana Beringuy. Na comparação com o mesmo período de 2023, a alta foi em
sete grupamentos: Indústria Geral (3,6%, ou mais 466 mil pessoas), Construção
(6,0%, ou mais 440 mil pessoas), Comércio, Reparação de Veículos Automotores e
Motocicletas (3,6%, ou mais 692 mil pessoas), Transporte, Armazenagem e Correio
(5,8%, ou mais 322 mil pessoas), Informação, Comunicação e Atividades
Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (4,4%, ou mais 548
mil pessoas), Administração Pública, Defesa, Seguridade Social, Educação, Saúde
Humana e Serviços Sociais (4,4%, ou mais 790 mil pessoas) e Outros Serviços
(5,0%, ou mais 270 mil pessoas). “Somadas, essas sete atividades econômicas ganharam mais 3,5
milhões de trabalhadores, frente ao mesmo período de 2023”, informou o IBGE. Na mesma comparação, o grupamento de Agricultura, Pecuária,
Produção Florestal, Pesca e Aquicultura caiu 4,4%, ou menos 358 mil pessoas,
enquanto os demais grupamentos ficaram estáveis. Rendimento O rendimento real habitual de todos os trabalhos atingiu R$
3.285, e ficou estável no trimestre, mas apresentou crescimento de 3,4% no ano.
A massa de rendimento real habitual teve novo recorde, ao atingir R$ 332,7
bilhões. A alta é de 2,1%, o que representa mais R$ 7,1 bilhões no trimestre e
de 7,2%, mais R$ 22,5 bilhões, no ano. Na comparação trimestral, apenas o grupamento Transporte,
Armazenagem e Correio registrou alta no rendimento médio, de 4,7%, ou mais R$ 141. Não houve variações
significativas no rendimento médio dos demais grupamentos de atividade. No ano, três atividades tiveram alta no rendimento:
Comércio, Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (3,9%, ou mais R$
102); Transporte, Armazenagem e Correio (7,8%, ou mais R$ 229) e Serviços
Domésticos (3,6%, ou mais R$ 43), com estabilidade nos demais grupamentos. PNAD Contínua De acordo com o IBGE, a PNAD Contínua é a principal
relacionada à força de trabalho do Brasil. A amostra abrange 211 mil domicílios
em 3.500 municípios, visitados a cada trimestre. A pesquisa é realizada por
cerca de 2 mil entrevistadores, integrados às mais de 500 agências do IBGE em
todo o país. “Em função da pandemia da covid-19, o IBGE implementou a
coleta de informações da pesquisa por telefone a partir de 17 de março de 2020.
Em julho de 2021, houve a volta da coleta de forma presencial. É possível
confirmar a identidade do entrevistador no site Respondendo ao IBGE ou via
central de atendimento (0800 721 8181), conferindo a matrícula, RG ou CPF do
entrevistador, dados que podem ser solicitados pelo informante”, explicou o
IBGE.
Cristina Índio do Brasil/Fernando Fraga, com foto:Arquivo/Agência Brasil
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