12/12/2024
Comissão aprova proibição para alunos utilizarem celulares nas escolas públicas e privadas do Brasil
BRASÍLIA, DF - A Comissão de Constituição e Justiça e de
Cidadania da Câmara dos Deputados aprovou projeto que proíbe alunos de usarem
telefone celular e outros aparelhos eletrônicos portáteis em escolas públicas e
particulares, inclusive no recreio e intervalo entre as aulas. A proibição vale
para a educação básica: educação infantil, ensino fundamental e médio. A proposta tramitou em caráter conclusivo e poderá seguir ao
Senado, a menos que haja recurso para votá-la no Plenário da Câmara. O relator, deputado Renan Ferreirinha (PSD-RJ), apresentou
parecer favorável ao substitutivo da Comissão de Educação ao Projeto de Lei
104/15, do deputado Alceu Moreira (MDB-RS). Exceções Fica permitido usar o celular: - em situações de “estado de perigo, de necessidade ou caso
de força maior”; - para garantir direitos fundamentais; - para fins estritamente pedagógicos, em todos os anos da
educação básica; e - para garantir acessibilidade, inclusão, e atender às
condições de saúde dos estudantes. O relator suprimiu o trecho que proibia o porte dos
telefones celulares nos estabelecimentos de ensino. Exemplo fluminense Renan Ferreirinha citou exemplo bem-sucedido do Rio de
Janeiro, onde o uso já é proibido há um ano nas 1.557 unidades escolares, para
defender a proposta. “A gente está falando de algo que está destruindo a
infância das nossas crianças”, afirmou. “A escola precisa de regramento, e a
gente quer que a tecnologia seja utilizada de forma consciente e responsável”,
defendeu. Críticas O texto foi criticado por alguns deputados da ala mais
conservadora. Para a deputada Julia Zanatta (PL-SC), o celular pode ser
utilizado pelos alunos como meio de prova. “A gente sabe que existe doutrinação nas escolas. Alunos que
são vítimas de professor que não dá matéria e faz proselitismo político”,
disse. “Com essa proposta, o celular se transforma em um meio de prova ilegal”,
lamentou. Saúde mental O texto aprovado determina que as escolas elaborem
estratégias para tratar da saúde mental dos alunos da educação básica,
apresentando a eles informações sobre riscos, sinais e prevenção do sofrimento
psíquico, incluindo o uso imoderado dos celulares. As redes de ensino também deverão oferecer treinamentos
periódicos para detecção, prevenção e abordagem de sinais sugestivos de
sofrimento mental, e efeitos danosos do uso imoderado das telas e aparelhos
celulares. Os estabelecimentos de ensino deverão disponibilizar espaços
de escuta e acolhimento para receber alunos e funcionários que estejam em
sofrimento psíquico principalmente decorrentes do uso imoderado de telas.
Paula Moraes/Natalia Doederlein – Agência Câmara de Notícias, com foto: Isac Nóbrega/PR
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