07/04/2021
Governo Bolsonaro arrecada R$ 3,3 bilhões com o leilão de mais 22 aeroportos brasileiros
BRASÍLIA, DF - O leilão de aeroportos realizado nesta
quarta-feira (7) atraiu interessados para todos os 3 blocos e garantiu ao
governo federal uma arrecadação inicial de R$ 3,302 bilhões. Segundo o Ministério da Infraestrutura, o ágio médio foi de
3.822%, o que representou uma arrecadação R$ 3,1 bilhões acima do mínimo fixado
pelo edital para o valor de contribuição inicial (R$ 186,2 milhões). Além do valor à vista, as regras do leilão preveem uma
outorga variável, a ser paga a partir do quinto ano de contrato até o fim da
concessão. O investimento total nos 22 aeroportos, que foram divididos
em 3 blocos, é estimado pelo governo em R$ 6,1 bilhões durante os 30 anos de
concessão. CCR e Vinci levam
blocos Ao todo, 7 concorrentes participaram da disputa, realizada
na sede da B3, em São Paulo. O grande vencedor do leilão foi a Companhia de
Participações em Concessões, subsidiária do grupo CCR, que já atua na concessão
do aeroporto de Confins (MG) e arrematou agora os 15 aeroportos dos blocos Sul
e Central. Já a francesa Vinci, que opera atualmente o aeroporto de Salvador,
ficou com o bloco Norte (7 aeroportos). Propostas vencedoras Bloco Sul Companhia de Participações em Concessões: R$ 2,128 bilhões,
ágio de 1.534,36% Bloco Norte Vinci Airports: R$ 420 milhões, ágio de 777,47% Bloco Central Companhia de Participações em Concessões: R$ 754 milhões,
ágio de 9.156,01% Este é o segundo leilão de aeroportos do governo do
presidente Jair Bolsonaro. No anterior, realizado em março de 2019, o governo
arrecadou R$ 2,377 bilhões à vista com a transferência de 12 aeroportos para a
iniciativa privada. O ágio médio foi de 986% e 9 grupos participaram da
disputa. A 6ª Rodada de concessão de aeroportos abre a chamada
"Infra Week". A semana terá ainda o leilão da Ferrovia de Integração
Oeste-Leste (Fiol) na quinta-feira (8) e de 5 terminais portuários no Maranhão
e no Rio Grande do Sul, na sexta-feira (9). O governo espera garantir mais de
R$ 10 bilhões em investimentos privados no Brasil com a semana de leilões, além
da geração de 200 mil empregos diretos e indiretos. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, comemorou o
resultado do leilão desta quarta e a participação de grupos nacionais e
estrangeiros. Veja vídeo acima. "O Brasil merece esse crédito, é um país rico em
oportunidades. Que atravessa um momento difícil sim, mas tem capacidade de se
reinventar", disse. "O desafio é gerar o máximo de empregos que
pudermos". No dia 14 de abril será a entrega dos documentos de habilitação
dos vencedores. A assinatura dos contratos de concessão deverá ocorrer após a
homologação do resultado pela diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac). 78% do tráfego
nacional privatizado Desde 2011, as rodadas de concessão de aeroportos no Brasil
já concederam o equivalente a 67% do tráfego nacional à iniciativa privada. Com
o leilão desses três novos blocos, essa parcela deve subir para 78%, estima a
CNI (Confederação Nacional da Indústria). Já o número de aeroportos nacionais administrados pela
iniciativa privada passará de 22 para 44. O governo prevê realizar até dezembro
a relicitação do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, em Natal (RN). O ministro da Infraestrutura prevê realizar ainda no 1º
semestre de 2022 o leilão da 7ª rodada, que incluirá Santos Dumont (RJ) e
Congonhas (SP). Os 22 aeroportos Os 22 aeroportos do leilão foram divididos em três blocos,
abrangendo um total de 12 estados. Cada bloco possui um aeroporto âncora
sediado em cidades de maior demanda – Curitiba, Goiânia e Manaus. Bloco Sul: Aeroporto de
Curitiba, PR – Afonso Pena (SBCT) Aeroporto de Foz do Iguaçu, PR – Cataratas (SBFI) Aeroporto de Navegantes, SC – Ministro Victor Konder (SBNF) Aeroporto de Londrina, PR – Governador José Richa (SBLO) Aeroporto de Joinville, SC – Lauro Carneiro de Loyola (SBJV) Aeroporto de Bacacheri, PR (SBBI) Aeroporto de Pelotas, RS (SBPK) Aeroporto de Uruguaiana, RS – Rubem Berta (SBUG) Aeroporto de Bagé, RS – Comandante Gustavo Kraemer (SBBG) Bloco Norte Aeroporto
Internacional de Manaus, AM – Eduardo Gomes (SBEG) Aeroporto de Porto Velho, RO – Governador Jorge Teixeira de
Oliveira (SBPV) Aeroporto de Rio Branco, AC - Plácido de Castro (SBRB) Aeroporto de Cruzeiro do Sul, AC (SBCZ) Aeroporto de Tabatinga, AM (SBTT) Aeroporto de Tefé, AM (SBTF) Aeroporto de Boa Vista / RR – Atlas Brasil Cantanhede (SBBV) Bloco Central Aeroporto de Goiânia,
GO – Santa Genoveva (SBGO) Aeroporto de São Luís, MA – Marechal Cunha Machado (SBSL), Aeroporto de Teresina, PI (SBTE) – Senador Petrônio
Portella, Aeroporto de Palmas, TO – Brigadeiro Lysias Rodrigues (SBPJ) Aeroporto de Petrolina, PE – Senador Nilo Coelho (SBPL) Aeroporto de Imperatriz, MA – Prefeito Renato Moreira (SBIZ) Juntos, esses aeroportos representam 11% do total do tráfego
de passageiros em condições normais de demanda, o equivalente a 24 milhões de
passageiros por ano, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Regras do leilão Esta é a segunda rodada de concessão de aeroportos realizada
em blocos, para viabilizar a aquisição dos terminais de menor movimentação. Os vencedores terão que pagar, já na assinatura dos
contratos, o valor do lance mínimo, acrescido do ágio ofertado. Além desse
pagamento inicial, as novas concessionárias terão de pagar ao governo um percentual
da receita obtida, a partir do quinto ano de contrato. Os percentuais
pré-estabelecidos aumentam até o 9º ano do contrato, tornando-se constantes a
partir de então até o final da concessão. Com essa modelagem, o governo também
compartilha o risco do negócio com as concessionárias. A Anac estima uma receita de R$ 14,5 bilhões para todos os
contratos de concessão (22 aeroportos no período de 30 anos) sendo R$ 7,4
bilhões para o Bloco Sul, R$ 3,5 bilhões para o Bloco Central e R$ 3,6 bilhões
para o Bloco Norte. Com o leilão, ficaram garantidos investimentos de R$ 6,1
bilhões, segundo o governo, sendo R$ 2,85 bilhões no bloco Sul, R$ 1,8 bilhão
no Central e R$ 1,48 bilhões no Norte. Programa de
privatizações Os leilões ocorrem num momento de crise no setor aéreo
mundial, fortemente afetado pela pandemia da Covid-19. Ocorrem também com o
governo de Jair Bolsonaro tentando atrair investimentos privados para reanimar
a economia brasileira, que em 2020 registrou um tombo histórico de 4,1% do
Produto Interno Bruto (PIB). A expectativa do Ministério da Infraestrutura é realizar
mais de 50 concessões no setor em 2021, considerando apenas as privatizações de
aeroportos, rodovias, ferrovias e terminais portuários. E a promessa é de
contratar R$ 260 bilhões em investimentos transferidos para a iniciativa
privada até o fim do governo Jair Bolsonaro. Segundo o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, a
repercussão econômica desse investimentos deve começar a ser sentida a partir
de 2024, quando os projetos começarão a ser materializados.
A previsão do governo Bolsonaro é leiloar em 2021 um total
129 ativos, considerando todos os projetos federais do programa federal de
privatizações, que prevê inclusive a desestatização de 9 estatais neste ano. De
acordo com o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), considerando apenas
os leilões já agendados, são esperados R$ 59 bilhões em investimentos. G1
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