14/10/2024
Petrobras anuncia redução de 1,41% no preço do gás natural a partir de novembro
RIO DE JANEIRO, RJ - A Petrobras reduzirá o preço do gás
natural para as distribuidoras em 1,41% a partir de novembro. O anúncio foi
feito nesta segunda-feira (14), no Rio de Janeiro, pelo diretor executivo de
Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim, que
destacou ainda a queda de 17% no preço do produto desde 2023. Ele lembrou que o gás natural é uma parte importante da
transição energética e afirmou que o governo e a Petrobras têm como objetivo
preços competitivos para consumidores para ajudar na massificação do gás, um
elemento importante do programa brasileiro porque emite menos que os outros
combustíveis fosseis. “Então, agora em novembro, acabei de ter essa informação, a
gente vai reduzir em 1,41% o preço do gás por conta do câmbio pela cotação do Brent
em relação ao trimestre anterior, lembrando que, desde 2023, já foram reduzidos
de 17% do preço do gás desde janeiro de 2023, isso no governo Lula, mais de
1,41% agora neste trimestre. É uma mudança e um movimento importante”, disse,
acrescentando que os contratos são trimestrais. O anúncio foi feito durante café da manhã, nesta
segunda-feira (14), com a presença da presidente da Petrobras, Magda
Chambriard, e outros diretores da companhia. Diversificação maior Tolmasquim informou, ainda, que a diretoria da companhia
aprovou agora em outubro novas ofertas de contratos de gás de distribuidoras
com uma diversificação maior. “As distribuidoras podem fazer um tipo de contrato jogando
com flexibilidade, prazos, início de fornecimento, local de entrada e ador.
Jogando com essas variáveis a gente tinha 20 possibilidades de combinação de
contratos anteriormente. Esse novo pacote aprovado pela diretoria faz passar de
20 para 48 possibilidades para as distribuidoras”, detalhou. Além do preço competitivo, o diretor considerou interessante
a aprovação de um prêmio de incentivo à demanda. Nesse prêmio haverá um preço
10% inferior ao preço de referência para consumos que sejam acima do
compromisso do cliente. “Se o cliente tinha um valor para compromisso mínimo e
ultrapassar o compromisso, tem que ter uma redução de 10% no preço de
referência. Isso também vai nesse sentido da política de dar mais acesso ao
gás”, revelou, destacando que a medida vale para as distribuidoras. Produção pode aumentar A presidente da Petrobras disse que a companhia tem muita
expectativa com a produção do Complexo de Energias Boaventura, que já se chamou
Comperj. Inaugurado em setembro com a presença do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, em Itaboraí, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, o polo, explicou
Magda Chambriard, além de termelétrico, pode aumentar em 50% a produção de
derivados no estado do Rio. Ela afirmou, a seguir, que a empresa está analisando poços
de petróleo que - em uma avaliação anterior - podem ter sido considerados como
ponto de não exploração de gás por questões de interpretações diversas. “A gente tem isso na Bacia de Campos, a gente tem isso no
Campo de Búzios, então a Petrobras está indo na direção da busca de mais gás
para a sociedade. Se a gente tiver mais gás a gente tem chance de ter gás mais
barato, aproveitar mais o gás e consegue endereçar o gás para tudo o que o país
precisa, como fertilizantes, petroquímicos e química em geral. A gente fica
muito impressionado de ver uma indústria química que precisa do nosso gás e que
o gás, às vezes, é cerca de 40% do custo do produto final. A gente tem um gás
caro e não consegue ofertar na medida da necessidade”, explicou. “A última vez que eu olhei, a indústria química estava
trazendo um déficit de US$ 60 bilhões na balança comercial brasileira. Então,
imaginem o tamanho dessa demanda por gás e que a gente tem chance de endereçar
aqui na Petrobras e tenho certeza que vamos conseguir”, revelou. A presidente informou, também, que o mercado livre de gás já
conta atualmente com seis empresas, entre elas, a Ternium, a CSN e a Gerdau e a
previsão é aumentar. “Logo no início do ano serão sete os nossos clientes no
mercado livre de gás e o mercado vai se ampliando. A Petrobras vai ocupando esse
espaço e vai barateando o gás para a gente poder viabilizar esse imenso mercado
de gás que pode acontecer no Brasil. A gente entende que, com um preço adequado
de gás, o mercado de gás brasileiro pode triplicar em termos de capacidade e de
absorção de gás. É isso que estamos buscando. É o que estamos buscando [também]
com fertilizantes e petroquímica. Tem gente que diz assim: ‘Vocês estão
querendo dar gás barato?’. Não. Estamos querendo ganhar em escala e fazer
dinheiro com este mercado que é imenso e é nosso. A gente não quer abrir o
mercado para ninguém, não. O mercado que a gente puder ocupar a gente vai
ocupar”, concluiu.
Cristina Índio do Brasil/Kleber Sampaio – Agência Brasil, com foto: Stéferson Faria/Agência Petrobras
|