30/09/2024

COVID-19: incidência aumenta mais de 400% em um intervalo de 15 dias, em Belo Horizonte



BELO HORIZONTE, MG - A incidência de COVID-19 cresceu 478,5% em pouco menos de duas semanas na capital mineira. Enquanto em 1º de setembro o número de novos casos por 100 mil habitantes em Belo Horizonte era de 2,8, no dia 13 a taxa de incidência saltou para 16,2. Os dados constam no último boletim epidemiológico divulgado pela Prefeitura de Belo Horizonte. 

Em 14 dias, houve um aumento de 461 casos positivos da doença, saindo de 8.278 registros confirmados no boletim divulgado em 4 de setembro para 8.739 no balanço da semana passada. Ou seja, mais de 32 novas ocorrências por dia. Comparando o mesmo período do ano anterior, quando havia 5.874 casos confirmados, houve um aumento de 48,7%. 

Na avaliação do infectologista Leandro Curi, ex-integrante do comitê de combate à COVID-19 na Grande BH, o cenário atual aponta para um recrudescimento da incidência da doença, reflexo da negligência às doses de reforço da vacina contra a COVID-19, e exige atenção da população. “A infecção não parou com o fim da pandemia. As mortes reduziram, mas as contaminações continuam alarmantes”, ressalta. 

A alta, mesmo em um cenário pós-pandemia, está ligada, segundo o especialista, principalmente à variante popularmente conhecida como Kraken, um subtipo da Ômicron, que tem um perfil mais transmissível. O infectologista aponta que a imunidade das primeiras doses apresentou uma queda significativa nos níveis de anticorpos, o que aumenta a preocupação diante da baixa adesão à vacina. 

Para que haja um equilíbrio nesse panorama, as pessoas devem seguir as recomendações futuras sobre a vacinação, como é o caso da nova vacina SpikeVax, disponível desde maio e uma nova arma contra a variante Kraken. “Nas primeiras vacinas, usamos o vírus lá do começo da pandemia, que não é o que está circulando atualmente. Ele sofreu mutações, então, o sistema imunológico tem que se preparar para essas novas cepas, e o caminho para isso é tomando a nova vacina”, destaca. 

Até o momento, 90 pessoas perderam a vida devido a complicações da COVID-19 em Belo Horizonte, um aumento de pouco mais de 10% em relação ao total de 81 óbitos registrados em todo o ano passado. Os idosos são as maiores vítimas da COVID-19 em 2024, representando mais de 80% das mortes pela doença na capital. 

A constatação do especialista é corroborada por um estudo da Universidade Federal do Paraná, divulgado no fim do ano passado, sobre a efetividade da vacina monovalente original contra a COVID-19. A pesquisa revelou que a proteção da vacina Pfizer/BioNTech é de curta duração contra casos causados pela variante Ômicron. Até o momento, apenas 43,98% dos mineiros completaram o esquema vacinal. 

O que diz a PBH 

Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informa que monitora diariamente o cenário epidemiológico e assistencial da cidade com o objetivo de garantir o cuidado necessário à população. 

“Cabe ressaltar que o aumento no número de casos positivos para a doença não resultou em elevação na demanda por internações hospitalares, leitos de UTI e no coeficiente de mortalidade por COVID-19, e, até o momento, a incidência de casos acumulados nos últimos 14 dias, continua abaixo de 20 por 100 mil habitantes”, afirma a PBH. 

O Executivo municipal reitera a importância fundamental da vacinação contra a doença e ressalta que a dose do imunizante está sendo aplicada nos grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde. 

A prefeitura orienta as pessoas a manter os cuidados quanto ao uso de máscaras caso estejam com sintomas respiratórios e procurar um serviço de saúde. O município também disponibiliza atendimento por meio das teleconsultas. O serviço é oferecido para a população a partir de um ano de idade, de segunda a sexta-feira, das 8h às 19h. Além disso, a PBH mantém a oferta de testes para detecção da COVID-19. As informações estão disponíveis no Portal da PBH. 

EM, com foto: Ilustração/Pixabay

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