19/06/2024
MP junto ao TCU quer apurar possível manipulação de bancos para definir índices da taxa Selic
BRASÍLIA, DF - O subprocurador-geral Lucas Furtado, do
Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), protocolou na
sexta-feira (14) uma representação solicitando que o tribunal apure a possível
“influência de bancos e instituições financeiras na definição de índices por
parte do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central”. Furtado incluiu no documento notícia do portal ICL Notícias
tratando do assunto (“ICL protocola no Banco Central pedido de informações
sobre Relatório Focus“ - CLIQUE AQUI paa ver a notícia). Na representação, o subprocurador expressa preocupação com o
Boletim Focus, que coleta as expectativas do mercado sobre a taxa básica Selic,
câmbio, Produto Interno Bruto (PIB) e inflação. Essa é justamente denúncia que Eduardo Moreira tem feito em
várias edições do ICL Notícias — 1ª Edição, no YouTube, e no portal. Furtado escreveu: “Contudo, muito me preocupa o fato de tal
relatório estar divulgando tais projeções do mercado fazendo uso de dados de
entidades privadas e de grandes instituições financeiras”. Em seguida, reproduz
a matéria do portal ICL Notícias. O subprocurador cogita possível “risco moral” do efeito do
Relatório Focus nas previsões que deveriam ser elaboradas pelo BC. “Ora, se a taxa de juros básica que conduzirá relações
financeiras no país é definida levando em consideração previsões dos próprios
agentes que irão reger tais relações, vejo que se pode estar diante de uma gama
de possibilidades de manipulação de índices por essas instituições.” Para Furtado, isso abre possibilidade para que bancos e
instituições financeiras possam manipular informações e obter lucros com as
operações. MP pede que TCU
acompanhe trajetória depois do Copom Na avaliação do subprocurador-geral, há um “constante
aumento dos indícios de que pode estar havendo manipulação de índices
macroeconômicos por parte de grandes bancos e instituições financeiras,
sobretudo por meio do denominado Boletim Focus e do seu efeito nas decisões
tomadas pelo Copom.” “Ademais, vejo que se pode estar diante de fatos que podem
comprovar que a definição da taxa básica de juros do país em níveis
estratosféricos não possui o efeito de controlar a inflação, conforme alega o
Bacen, mas sim o de quebrar o país, enriquecendo alguns aplicadores do
mercado”, diz. Na representação, Furtado também pede que o TCU passe a
acompanhar a atuação dos membros do Copom após o fim de seus mandatos, e não
apenas durante o período de quarentena, “de modo a evitar possíveis danos à
política monetária e o enriquecimento desses agentes em decorrência do exercício
de suas funções públicas” no Banco Central. Ao mesmo tempo, Furtado está sendo alvo de uma representação
feita pelo senador Rogério Marinho (PL-RN), que o acusa de envolvimento em
atividades políticas favoráveis ao ex-presidente Lula. Marinho menciona, entre outras coisas, as petições do
subprocurador-geral relacionadas ao Banco Central.
ICL Notícias, com foto: Divulgação/TCU
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