30/05/2024
Jovem morre após passar por cirurgias para substituir prótese na mama e remodelar o abdome
BELO HORIZONTE, MG - Uma jovem de 28 anos morreu nesta
quarta-feira (29/5) depois de passar por duas cirurgias plásticas em uma
clínica na Região da Pampulha, em Belo Horizonte. Os procedimentos estéticos –
para substituição de prótese nas mamas e uma abdominoplastia – haviam sido
feitos na terça-feira. O óbito da jovem, menos de um mês depois de uma
engenheira de 31 anos morrer, também em BH, por motivo semelhante, reacende o
debate sobre os perigos de procedimentos cirúrgicos com foco na estética.
Incluindo esses dois casos, já são pelo menos cinco óbitos envolvendo
procedimentos estéticos neste ano na cidade. Desde 2018, o número chega a 13. A jovem Thaynara Braz Alves passou por um procedimento na
clínica HD Bellagio, situada na Avenida Portugal, no Bairro Jardim Atlântico. À
polícia, o proprietário do estabelecimento disse que a cirurgia tinha sido “um
sucesso”, mas, na madrugada de quarta, a moça foi atendida às pressas no local
após sofrer uma parada cardiorrespiratória. Ela foi reanimada por equipe do
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas faleceu após uma segunda
parada cardíaca. Em nota, a Clínica HD Bellagio lamentou a morte da paciente
e informou que os procedimentos pré e pós-operatórios foram conduzidos conforme
os protocolos médicos. "Tanto o médico responsável pela cirurgia quanto o
hospital permanecerão cooperando plenamente com as autoridades competentes para
esclarecer todas as circunstâncias", afirmou a clínica, ressaltando que o
prontuário médico é sigiloso e que a perícia confirmará a causa da morte. O
caso será investigado pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). O caso de Thaynara não é isolado. Outras pacientes também
perderam a vida recentemente devido a complicações após procedimentos
estéticos. Em 7 de maio, a engenheira Laura Fernandes Costa, de 31, morreu em
decorrência de uma infecção generalizada após colocar um balão intragástrico
para perder peso antes do casamento, que estava marcado para setembro. Laura
começou a se sentir mal no dia seguinte ao procedimento, realizado em 26 de
abril. Após várias idas e vindas ao médico desde que apresentou os primeiros
sintomas, ela retirou o balão em 2 de maio. No entanto, a engenheira continuou a se sentir mal e, em 6
de maio, foi levada por equipe do Samu ao Hospital Nossa Senhora de Lourdes, em
Nova Lima, na Grande BH. Durante o atendimento, os médicos descobriram uma
perfuração no sistema digestivo, que causou vazamento de conteúdo para o
organismo, resultando em uma infecção generalizada. Ela morreu no dia seguinte.
A família denunciou o cirurgião responsável por negligência médica. A
reportagem tentou contato com a família para uma atualização sobre o processo,
mas não obteve resposta. Além de Laura e Thaynara, entre março e abril deste ano,
pelo menos outras três mulheres perderam a vida em decorrência de complicações
depois de procedimentos estéticos. Entre elas está uma mulher de 60 anos, que
morreu após ter sido submetida a um procedimento para aumentar os glúteos em
uma clínica no Bairro Prado, Região Oeste de Belo Horizonte, em março. Esses foram os casos noticiados e que ganharam maior
repercussão. Entretanto, o número pode ser maior. Estudo feito pela Sociedade
Internacional da Cirurgia Plástica (Isaps), divulgado no ano passado, aponta
que 61,8% das mortes em cirurgia plástica no Brasil estão relacionadas à
lipoaspiração, um dos procedimentos mais populares para a retirada de gordura
localizada.
EM, com foto: Reprodução
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