13/05/2024
Polícia prende homem condenado a 113 anos por estuprar crianças e adolescentes desde a década de 1990
BELO HORIZONTE, MG - A Polícia Civil prendeu em Belo
Horizonte, no início da noite desse sábado (11/5), Dinamá Pereira de Resende,
condenado em 2021 a 87 anos de prisão pelos abusos sexuais de crianças e
adolescentes desde a década de 1990. A pena, no entanto, foi modificada para
113 anos após recurso da defesa das vítimas. Os crimes aconteceram em Várzea da
Palma, no Norte de Minas Gerais. Dinamá respondeu todo o processo em liberdade e estava
foragido desde 12 de abril deste ano, quando foi expedido o mandado de prisão
pela 2ª Vara Cível, Criminal e da Infância e da Juventude da Comarca de Várzea
da Palma em decorrência da sentença em trânsito em julgado — ou seja, sem a
possibilidade de recurso. A prisão na capital aconteceu no Bairro Copacabana
por volta das 18h15. “Uma das vítimas, enteada dele [Dinamá], recebeu a
informação de que ele estava em Belo Horizonte. A pessoa, inclusive, sabia o
endereço. Minha cliente, então, me repassou os detalhes, e eu liguei para o
delegado que atuou no caso. Daí, ocorreu a prisão”, explicou à reportagem a
advogada Ana Luiza França, responsável pela defesa das vítimas. A Polícia Civil indiciou Dinamá, em 2020, depois de apurar
ao menos 14 estupros de crianças e adolescentes do sexo feminino, mas a
condenação no ano seguinte considerou apenas sete vítimas. A prática acontecia
pelo menos desde a década de 1990, e parte dos casos prescreveu, segundo o
delegado do caso, Guilherme Vasconcelos. Somente a partir de 2012 é que crimes
contra a dignidade sexual com menores de idade deixaram de prescrever. Dinamá era muito popular na cidade e usava eventos
religiosos para cometer os crimes sexuais. Em depoimento à polícia, ele relatou
ter atendido mais de cinco mil crianças, o que levantou a suspeita dos
investigadores de que o número de vítimas possa ter sido muito maior. À época do indiciamento, o delegado informou que o religioso
adquiriu “respeito social significativo” ao procurar crianças do sexo feminino
e originárias de famílias “extremamente vulneráveis ou desestruturadas”. Dinamá
então as convidava para participar de shows e danças folclóricas usando o
argumento de atividade religiosa. Ele ensinava também o Evangelho e promovia
rezas de terços. A primeira denúncia pública ocorreu em outubro de 2018,
quando uma das vítimas publicou no Facebook relatos de abusos que teria sofrido
em 2003. Logo depois, ela procurou a delegacia local e registrou a queixa. A
partir daí, novos casos vieram à tona.
EM,com fotos: Reprodução
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