12/05/2024
Mulher acusada de matar a filha para ficar com guarda do neto é presa 17 anos após cometer o crime
CURITIBA, PR - A Polícia Militar do Paraná (PM-PR) prendeu,
neste sábado (11), Tânia Djanira Melo Becker de Lorena, que estava foragida há
17 anos acusada de assassinar a própria filha, Andréa Rosa de Lorena, para
tentar ficar com a guarda do neto. O crime aconteceu em 2007, em Quatro Barras, na Região
Metropolitana de Curitiba (RMC). De acordo com o Ministério Público do Paraná
(MP-PR), Andréa foi morta por asfixia após um almoço com a mãe e o padrasto,
Everson Luís Cilian, que também está preso. A prisão de Tânia aconteceu em Marilândia do Sul, no norte
do Paraná. De acordo com a PM, Tânia foi localizada em uma casa, por meio de
uma denúncia anônima. Na quinta-feira (8), o programa Linha Direta, da TV Globo,
contou a história do crime e incentivou denúncias contra a acusada. O programa
pode ser assistido no Globoplay. Em relatório, a PM informou que Tânia vivia com um nome
falso, se apresentando como Lurdes. "[Ela] não esboçou nenhum tipo de reação ao ver os
policiais. Lhe foi perguntado se esta tinha ciência das denúncias contra ela
[...] 'Lurdes' relatou que tinha ciência", disse o relatório da PM. Como Tânia tinha um mandado de prisão em aberto, foi detida
e encaminhada para o Sistema Prisional de Apucarana, norte do Paraná. Em nota, a advogada Taís de Sá, que representa o viúvo de
Andréa, Juliano Saldanha, disse que a prisão foi recebida com alívio pela
família da vítima. "Nesse momento, após tanto tempo do crime, a família
encontra-se aliviada, esperando que a Tânia seja levada a julgamento com a
devida condenação e a aplicação máxima da pena." Até a publicação desta reportagem, Tânia não tinha defesa
constituída. Na Justiça Tânia foi denunciada pelo Ministério Público em dezembro de
2007 por homicídio triplamente qualificado. A denúncia contra ela não foi
apreciada porque ela estava foragida. Na época do crime, conforme o MP, Tânia era casada com
Everson Luís Cilian, padrasto de Andréa, e que também foi acusado de cometer o
crime. O g1 apurou que ele foi preso em 2022 e virou réu pelo assassinato em
2023. Conforme a advogada do viúvo de Andréa, Everson Cilian vai a
júri popular na próxima quarta-feira (15), no fórum de Campina Grande do Sul. No processo, o réu disse que não teve ligação com a morte. O
g1 tenta localizar o contato da defesa dele. O processo contra Tânia e Everson tramita na comarca de
Campina Grande do Sul, na Grande Curitiba. O caso Andréa Lorena foi morta em 12 de fevereiro de 2007. Ela
deixou dois filhos: um menino e uma menina. Conforme a denúncia, após um almoço de família na casa da
vítima, os acusados usaram um fio elétrico para enforcar Andréa até ela parar
de respirar. Depois, colocaram o corpo dela embaixo da cama, que só foi
localizado dois dias após a morte. Segundo o MP apurou, antes do crime, Tânia e Everson pediam
a guarda da criança na Justiça depois de terem passado um tempo cuidando do
menino enquanto a mãe se recuperava de um acidente de motocicleta. No processo que investigou o caso, a Justiça considerou
declarações de testemunhas que acompanhavam a disputa de Tânia pela guarda do
filho de Andréa. Um dos depoimentos no processo é o da pai da vítima,
ex-marido de Tânia. Ele relatou que soube de ameaças da ex-esposa à filha. Relatou, também, que quando Tânia cuidava da criança, Andréa
e o então marido, Juliano Saldanha, precisaram pegar a criança à força. O
homem, apesar de não ser pai biológico do menino, ajudou a esposa a reaver o
filho, de acordo com o processo.
g1, com fotos: Divulgação/Arquivo da Família
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