10/05/2024
Meteorologistas prevêem que chuvas podem ser acima da média para o Nordeste nos próximos meses
JOÃO PESSOA, PB - As perspectivas climáticas para o Nordeste
foram apresentadas, na manhã desta quarta-feira (8), em João Pessoa, na 3ª
reunião do grupo Acompanhamento do Nordeste para Garantia da Segurança Hídrica
da Agência Nacional das Águas (ANA). As chuvas devem variar entre normal e a
acima da média histórica no litoral nordestino nos próximos meses, de acordo
com a exposição realizada pela Agência Executiva e Gestão das Águas do Estado
da Paraíba (Aesa). O fenômeno meteorológico La Niña, que é o resfriamento das
águas do oceano Pacífico, deve ser o maior responsável pelas precipitações nos
meses de maio, junho e julho na faixa leste do Nordeste, segundo o gerente de
Monitoramento e Hidrometria da Aesa, Alexandre Magno Teodósio de Medeiros. “As principais modelagens do clima, praticamente 90% dos
modelos mais conceituados, dão um prognóstico de probabilidades de chuva de
normais a acima da média no trimestre. Os principais estudos indicam que a
influência da La Niña pode, inclusive, se estender ao longo de todo o ano”,
explicou. Além da previsão climática, durante a reunião do grupo
técnico também foi ressaltada a importância dos instrumentos de gestão
compartilhada, com destaque para o Termo de Alocação Negociada, empregado para
disciplinar o uso da água em regiões de conflitos. “Tivemos o privilégio de acompanhar a primeira alocação em
2014, numa época onde os ânimos estavam acirrados, muito porque os usuários não
tinham clareza da informação, de como aquela água seria distribuída. Após dez
anos melhorando a aplicação dos termos, as reclamações e descumprimentos das
regras são raríssimos. Hoje, quando somos questionados pelos órgãos
fiscalizadores do porquê de uma comporta estar aberta ou fechada, nós enviamos
o Termo de Alocação mostrando o documento feito com a participação dos usuários
de água e apresentamos nossos boletins de acompanhamento dos reservatórios da
região”, destacou o diretor-presidente da Aesa, Porfírio Catão Cartaxo
Loureiro. Para o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do
Rio Grande do Norte, Paulo Lopes Varella Neto, o uso do termos de alocação deve
ser incentivado em todo o país. “A alocação negociada de água sintetiza todos
os instrumentos de gestão participativa. É como se nós estivéssemos traduzindo
as normas técnicas para um português simples, a fim de que o usuário compreenda
a quantidade de água que ele terá à disposição. Essa é uma ferramenta
democrática por essência que tem trazido paz para a distribuição dos recursos
hídricos”, ressaltou.
Secom-PB, com foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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