25/04/2024
Cesta básica terá 15 alimentos com imposto zerado e outros 14 com alíquota reduzida em 60%; veja a lista
BRASÍLIA, DF - Quinze alimentos in natura ou pouco
industrializados vão compor a cesta básica nacional e pagar imposto zero, com a
reforma tributária. O projeto de lei complementar que regulamenta o tema,
enviado na noite desta quarta-feira (24) ao Congresso, trouxe ainda 14 produtos
com alíquota reduzida em 60%. Na justificativa do projeto, o governo informou que se
baseou nos alimentos in natura ou “minimamente processados” para definir a
cesta básica nacional. O texto destacou que o governo seguiu as recomendações
de alimentação saudável e nutricionalmente adequada do Guia Alimentar para a
População Brasileira, do Ministério da Saúde. Embora tenha citado motivos de saúde, alguns alimentos com
gordura saturada, como óleo de soja e manteiga, ou com substâncias que criam
dependência, como o café, foram incluídos na cesta básica nacional. Nesse caso,
a justificativa é a de que esses itens são essenciais na alimentação do
brasileiro e já fazem parte da cesta básica tradicional. Confira a lista dos alimentos da cesta básica nacional: - arroz; - feijão; - leites e fórmulas infantis definidas por previsão legal
específica; - manteiga; - margarina; - raízes e tubérculos; - cocos; - café; - óleo de soja; - farinha de mandioca; - farinha de milho, grumos e sêmolas de milho, grãos de
milho esmagados ou em flocos; - farinha de trigo; - açúcar; - massas; - pães comuns (apenas com farinha de cereais, fermento
biológico, água e sal). O governo propôs uma lista estendida de alimentos com
alíquotas zero. Eles não estão na cesta básica nacional, mas também não pagarão
a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) nem o Imposto sobre Bens e Serviços
(IBS). São eles: - ovos; - frutas; - produtos hortículas. Outros 14 tipos de alimentos tiveram alíquota reduzida em
60% no projeto de lei: - carnes bovina, suína, ovina, caprina e de aves e produtos
de origem animal (exceto foie gras), miudezas comestíveis de ovinos e caprinos; - peixes e carnes de peixes (exceto salmonídeos, atuns;
bacalhaus, hadoque, saithe e ovas e outros subprodutos); - crustáceos (exceto lagostas e lagostim) e moluscos; - leite fermentado (iogurte), bebidas e compostos lácteos; - queijos tipo muçarela, minas, prato, queijo de coalho,
ricota, requeijão, queijo provolone, queijo parmesão, queijo fresco não
maturado e queijo do reino; - mel natural; - mate; - farinha, grumos e sêmolas de cerais, grãos esmagados ou em
flocos de cereais (exceto milho); - tapioca; - óleos vegetais e óleo de canola; - massas alimentícias; - sal de mesa iodado; - sucos naturais de fruta ou de produtos hortícolas sem
adição de açúcar ou de outros edulcorantes e sem conservantes; - polpas de frutas sem adição de açúcar ou de outros
edulcorantes e sem conservantes O projeto também propôs alguns produtos de limpeza que
pagarão alíquota reduzida em 60%. Segundo o governo, esses itens são bastante
consumidos pela população de baixa renda: - sabões de toucador; - pastas de dentes; - escovas de dentes; - papel higiênico; - água sanitária; - sabões em barra. Em todos os casos, o governo optou por listas reduzidas, com
prioridade para alimentos sadios ou o consumo pela população mais pobre. No
início de abril, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) encaminhou um
pedido ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para ampliar o conceito de
cesta básica e incluir alguns itens de luxo. Os supermercados defendiam a isenção de impostos para itens
como fígados gordos (foie gras), camarão, lagostas, ostras, queijos com mofo e
cogumelos. Já itens como caviar, cerveja, vinho, champanhe e chocolate teriam
redução de 60% na alíquota. Ultraprocessados Apesar da justificativa de preservar a saúde, em outro ponto
do projeto de lei, o governo excluiu alimentos ultraprocessados do Imposto
Seletivo, que incidirá sobre alimentos considerados prejudiciais à saúde.
Apenas bebidas com adição de açúcar e conservantes sofrerão a incidência do
imposto. Em março, um manifesto assinado por médicos como Drauzio
Varella e Daniel Becker, além de personalidades como as chefs Bela Gil e Rita
Lobo, pedia a inclusão dos produtos ultraprocessados no Imposto Seletivo.
Intitulado “Manifesto por uma reforma tributária saudável”, o texto teve apoio
de organizações como a Associação Brasileira de Nutrição (Asbran), a Associação
Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e o Instituto Brasileiro de Defesa do
Consumidor (Idec).
Wellton Máximo/Denise Griesinger – Agência Brasil, com foto: Tony Winston/Agência Brasília
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