25/04/2024
Alexandre de Moraes conclui que não há provas de que Bolsonaro pediria asilo à Hungria
BRASÍLIA, DF - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo
Tribunal Federal (STF), concluiu nesta quarta-feira (24) que não há provas de
que o ex-presidente Jair Bolsonaro pediria asilo ao permanecer por dois dias na
Embaixada da Hungria, em Brasília, em fevereiro deste ano. A estadia de
Bolsonaro na embaixada foi divulgada pelo jornal The New York Times. Ao avaliar o caso, Moraes argumentou que o ex-presidente não
violou a medida cautelar que o proíbe de se ausentar do país. "Não há elementos concretos que indiquem efetivamente
que o investigado pretendia a obtenção de asilo diplomático para evadir-se do
país e, consequentemente, prejudicar a investigação criminal em
andamento", afirmou o ministro. Moraes, no entanto, manteve a apreensão do passaporte do
ex-presidente. A retenção do documento e a proibição de sair do país foram
determinadas pelo ministro após Bolsonaro ser alvo de uma busca e apreensão
durante a Operação Tempus Veritatis, que investiga a tentativa de golpe de
Estado no país após o resultado das eleições de 2022. "A situação fática permanece inalterada, não havendo
necessidade de alteração nas medidas cautelares já determinadas", escreveu
Moraes. Hospedagem A estadia de Bolsonaro na embaixada foi divulgada pelo
jornal The New York Times. O jornal analisou as imagens das câmeras de
segurança do local e imagens de satélite, que mostram que ele chegou no dia 12
de fevereiro à tarde e saiu na tarde do dia 14 de fevereiro. As imagens mostram que a embaixada estava praticamente
vazia, exceto por alguns diplomatas húngaros que moram no local. Segundo o
jornal, os funcionários estavam de férias e a estadia de Bolsonaro ocorreu
durante o feriado de carnaval. Segundo a reportagem, no dia 14 de fevereiro os diplomatas
húngaros contataram os funcionários brasileiros, que deveriam retornar ao
trabalho no dia seguinte, dando a orientação para que ficassem em casa pelo
resto da semana. Bolsonaro é aliado do primeiro-ministro da Hungria, Viktor
Orbán, que esteve na posse do ex-presidente em 2018. Em 2022, Bolsonaro visitou
Budapeste, capital húngara, e foi recebido por Orbán. Ambos trocam constantes
elogios públicos.
André Richter/Fernando Fraga – Agência Brasil, com foto: Reprodução
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