21/04/2024
Em ato no Rio, Bolsonaro volta a pedir anistia a presos pelo 8 de janeiro e exalta Elon Musk
RIO DE JANEIRO, RJ - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
reuniu apoiadores na Praia de Copacabana, na manhã deste domingo (21). A
manifestação aconteceu entre os postos 4 e 5. Os manifestantes começaram a chegar pouco depois das 8h.
Bolsonaro saiu do hotel ali perto por volta das 10h10, subiu em um dos
caminhões e fez um discurso de cerca de 35 minutos, iniciado às 11h26. A
manifestação terminou às 12h, após o discurso do ex-presidente. Neste horário, os manifestantes ocupavam as duas pistas da
Avenida Atlântica na altura da Rua Bolívar, entre as ruas Xavier da Silveira e
Barão de Ipanema – não foi divulgada estimativa de público. O professor de
gestão e políticas públicas da USP Pablo Ortellado fez um levantamento que
apontou um público estimado de 32,7 mil pessoas presentes no ato. Em sua fala, Bolsonaro criticou o atual presidente, Lula, e
os ministros do governo, citou Elon Musk como "mito" e um “homem que
preserva a liberdade”, e voltou a defender a anistia para os presos pelos atos
de 8 de janeiro (entenda abaixo) – como já havia feito no ato na Avenida
Paulista, em São Paulo, no fim de fevereiro. "Quando eu estive com Elon Musk em 2022 começaram a me
chamar de 'mito'. Eu falei: 'Não' - aqui, em 2022 - 'temos um mito da
liberdade, Elon Musk'", disse, antes de pedir palmas para o bilionário,
que tem usado sua rede social, o X (antigo Twitter), para atacar o ministro do
Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes por suspender da plataforma contas
de apoiadores de Bolsonaro. O ex-presidente voltou a falar sobre as eleições de 2022,
que perdeu para Lula, mas alegou ter havido fraude nas urnas, sem nunca
apresentar provas. Desta vez, disse que "não estava duvidando" e que
era uma "página virada". "O que mais nós queremos é que o Brasil volte à sua
normalidade, que possamos disputar eleições sem qualquer suspeição. Afinal de
contas, a alma da democracia é uma eleição limpa onde ninguém pode sequer
pensar em duvidar dela. Temos problemas hoje em dia. Façamos a coisa certa. Não
estou duvidando das eleições, página virada", disse. O protesto foi convocado por Bolsonaro em meio a
investigações das quais é alvo por suspeita de participação numa tentativa de
golpe de Estado para permanecer no poder. O ex-presidente, ex-ministros e assessores e militares são
alvos de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga essa
tentativa de golpe. Durante a semana, Bolsonaro citou, por meio de sua rede
social, que a manifestação era para dar continuidade ao ato realizado em São
Paulo, em favor do estado democrático de direito e para falar sobre a “maior
fake news da história do Brasil, que está resumido hoje na minuta de golpe” – o
que ele repetiu em seu discurso neste domingo. Além de Bolsonaro, discursaram o presidente do PL, Valdemar
da Costa Neto; a ex-primeira-dama, Michelle; os pastores Silas Malafaia e Marco
Feliciano; a cubana nacionalizada brasileira Zoe Martínez; e os deputados
federais Nikolas Ferreira e Gustavo Gayer – que discursou em inglês por um
momento. Em sua fala, Malafaia negou a tentativa de golpe e criticou
a investigação. Chamou Moraes de "ditador" e o presidente do Senado,
Rodrigo Pacheco (PSD), de "frouxo, covarde, omisso", e disse que os
comandantes militares deveriam renunciar, se "honram a farda que
vestem". Também participaram, sem discursar, os filhos de Bolsonaro
Carlos (vereador), Eduardo (deputado federal) e Flávio (senador); o deputado
federal e ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
Alexandre Ramagem; o general WBraga Netto; e os governadores do Rio de
Janeiro, Cláudio Castro (PL), e de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL). O ex-ministro da Casa Civil, WBraga Netto, e o
presidente do PL, Waldemar da Costa Neto, subiram ao caminhão antes do início
do ato porque estão proibidos pelo STF de se aproximar de Bolsonaro.
g1, com foto: Reprodução
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