17/04/2024
Advogada de mulher que levou morto para assinar empréstimo no banco diz que ele chegou vivo à agência
RIO DE JANEIRO, RJ - A defesa da mulher que estava com um
morto em um banco em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, contesta a versão
da polícia e afirma que o idoso chegou vivo à agência. O caso foi mostrado
nesta terça-feira (16) pelo g1 e viralizou. Erika de Souza Vieira Nunes foi presa em flagrante por
tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver. Ela disse ser
sobrinha e cuidadora de Paulo Roberto Braga, de 68 anos, e tentou sacar R$ 17
mil na agência bancária. Para tanto, Paulo devia assinar um documento — mas,
segundo o Samu, o idoso estava morto no guichê. “Os fatos não aconteceram como foram narrados. O senhor
Paulo chegou à unidade bancária vivo. Existem testemunhas que, no momento
oportuno, também serão ouvidas. Ele começou a passar mal, e depois teve todos
esses trâmites. Tudo isso vai ser esclarecido e acreditamos na inocência da
senhora Erika”, declarou a advogada Ana Carla de Souza Correa. O delegado Fábio Luiz afirmou que Paulo já estava sem vida
quando Erika o levou à agência. “As pessoas do banco acharam que ele estivesse
doente, passando mal, e chamaram o Samu. O médico do Samu, ao chegar no local,
constatou que ele estava em óbito. E, aparentemente, há algumas horas. Ou seja,
ele já chegou morto ao banco”, destacou. Os bancários passaram a gravar o atendimento quando
desconfiaram do estado de Paulo e chamaram a polícia. Nas imagens, o idoso está
em uma cadeira de rodas, e Erika tenta a todo momento manter a cabeça dele
firme. A mulher chega a levar o braço direito do idoso à mesa, a fim de assinar
o documento. Erika ainda fala com o cadáver: - “Tio, tá ouvindo? O senhor precisa assinar. Se o senhor
não assinar, não tem como.” - “Eu não posso assinar pelo senhor, o que eu posso fazer eu
faço.” - “O senhor segura a cadeira forte para caramba aí... Ele
não segurou a porta ali agora?” - “Assina para não me dar mais dor de cabeça, eu não aguento
mais.” - “Tio, você tá sentindo alguma coisa? Ele não diz nada, ele
é assim mesmo.” - “Se você não ficar bem, eu vou te levar para o hospital.
Quer ir para o UPA de novo?” O delegado acrescentou que as investigações prosseguem. “Ela
se diz sobrinha dele. De fato, tem um grau de parentesco, segundo nossas
pesquisas. E ela se diz cuidadora dele. Queremos identificar demais
familiares”, falou. “Ela tentou simular que ele fizesse a assinatura. Ele já
entrou morto no banco”, explicou Fábio Luiz.
g1, com fotos: Reprodução
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