28/03/2024
Assembleia Legislativa debate projeto que proíbe venda de fogos de artifício com estampido na Paraíba
JOÃO PESSOA, PB - A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB)
realizou, nesta quinta-feira (21), audiência pública para debater o Projeto de
Lei 1.350/2023, que proíbe a comercialização de fogos de artifício de estampido
e de qualquer artefato pirotécnico de efeito sonoro ruidoso no Estado. O debate
proposto pela deputada Dra. Paula, autora do projeto, aconteceu no plenário da
Casa de Epitácio Pessoa e reuniu deputados, membros do Ministério Público
(MPPB), empresários do setor e representantes da sociedade civil organizada. Além da comercialização, o texto proíbe também a soltura, a
queima, o armazenamento e o transporte. A matéria isenta da proibição os
artefatos denominados de ‘fogos de vista’, que produzem efeitos visuais, mas
sem o estampido. Para o presidente da ALPB, deputado Adriano Galdino, é
pertinente que se encontre um ponto de equilíbrio que não prejudique o setor e
nem a saúde auditiva dos mais vulneráveis. Para o presidente, a adequação ao
projeto pode ser feita de forma gradativa, tanto pelo setor industrial, quando
pelos comerciantes. Adriano Galdino também destacou a importância da aprovação
da lei como forma de regulamentar o uso de fogos de artifício no estado e
garantiu o empenho da Casa no objetivo de encontrar um equilíbrio entre a
tradição cultural, a necessidade de proteger os direitos fundamentais dos
cidadãos, bem como dos empresários. “O sentimento da Casa é o de aprovar essa
lei. Os nossos irmãos autistas têm o direito de conviver com um mundo pacífico
e de silêncio, para não ter a saúde ainda mais prejudicada. Vamos trabalhar
para que a lei tenha um olhar para as pessoas que sofrem com os fogos de alto
ruído, mas também se preocupar com o setor empresarial para que eles não tenham
prejuízo e possam ter um tempo para se adaptar”, ressaltou. A deputada Dra. Paula pontuou que, embora sejam sempre
utilizados em momentos de alegria e comemoração pela população, é preciso que
haja uma modernização dos fogos para atender uma nova demanda da sociedade, não
prejudicando os mais vulneráveis, a exemplo das pessoas com Transtorno do
Espectro Autista (TEA). “Essa luta não é de Doutora Paula, não é do deputado
Francisco, essa luta faz parte da sociedade autista. Uma sociedade de crianças,
jovens e adultos discriminados pela sua situação. Esse é o pensamento de toda a
sociedade”, argumentou a deputada. O deputado estadual Sargento Neto avaliou que o debate é
relevante para que o Poder Legislativo possa ouvir tanto as pessoas que têm
familiares com o Trasntorno do Espectro Autista, quanto defensores da causa
animal, assim como empresários e comerciantes do setor de pirotecnia, que
precisam de um prazo para que possam se adequar. “Esse debate é para que
possamos encontrar um meio termo, um ponto de equilíbrio, para que as pessoas
que trabalham com fogos de artifício tenham tempo para se readaptar. São pessoas
que vivem desse comércio, são pequenos comerciantes que geram emprego, que
geram renda, então, a gente também tem que pensar nessas pessoas para que assim
a gente possa entrar em um consenso”, declarou o deputado. Defensor da causa animal, o deputado estadual Professor
Francisco defendeu a promoção do debate pela Assembleia e acrescentou que tema
em torno da comercialização e soltura dos fogos de artifício perpassa também
por vários pontos dos direitos humanos como o direito à saúde. “Então, quando a
gente luta para que os fogos de artifício não tenham aquele barulho final, o
estampido, a gente não está querendo impactar economicamente a sociedade,
porque os fogos podem continuar sendo vendidos. Apenas defendemos o não uso
daqueles com estampido, porque periclita a vida e a saúde de autistas, de
idosos, de animais, entre outros”, explicou. A representante da Comissão de Defesa dos Autistas da
OAB-PB, Patrícia Cunha, disse que o debate é uma ferramenta importante para dar
visibilidade a questões que impactam a vida de muita gente. “A Comissão [da
OAB] está muito atenta às causas dos autistas e ao uso dos fogos de artifício.
É um debate que atinge diretamente esse público, pois o som é prejudicial à
audição dos autistas. Por isso, debates desse tipo são extremamente importantes
para dar ênfase às necessidades reais das pessoas com autismo”, ressaltou. O diretor da Associação Brasileira de Pirotecnia (Assobrap),
Cícero Agra, agradeceu à Casa Epitácio Pessoa pela abertura do espaço para
ouvir também o segmento da pirotecnia, que, diante da proposta de lei em
tramitação na ALPB, pede aos parlamentares a viabilidade de um prazo para
adequação por parte dos empresários. “Pedimos que se estabeleça um prazo para
que os empresários do setor possam se adequar às novas regulamentações, como
também estabeleça os decibéis. Muitas dessas leis tendem a favorecer os fogos
silenciosos, apesar da inexistência técnica desse tipo de material. O que
existe são os fogos de baixo ruído”, explicou Agra. A audiência contou ainda com a presença do vereador de João
Pessoa, Odon Bezerra; da coordenadora de Apoio Operacional em Matéria de Meio
Ambiente e Consumidor, a promotora de Justiça Danielle Lucena da Costa Rocha; a
presidente da Comissão de Direito Animal da OAB-PB, Thaísa Lima; a
representante da Comissão de Pessoas com Deficiência da OAB-PB, Giovana Mayer;
do presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária, José Célio; do
presidente do CRM-PB, Bruno Leandro; além de psicólogos, psicopedagos, familiares
de pessoas com TEA e representantes da sociedade civil organizada. É possível acompanhar todas as matérias apresentadas na
ALPB, assim como, todas as sessões, reuniões, solenidades e debates através da
TV Assembleia, pelo canal 8.2, e também pelo canal TV Assembleia PB no Youtube.
Assessoria, com foto: Divulgação
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