23/03/2024
Mauro Cid sai preso de depoimento à Polícia Federal para explicar áudios vazados
BRASÍLIA, DF - O tenente-coronel Mauro Cid reafirmou nesta
sexta-feira (22) ao Supremo Tribunal Federal (STF) o conteúdo da delação
premiada que assinou com a Polícia Federal (PF). O ex-ajudante de ordens de
Jair Bolsonaro foi chamado a prestar depoimento após a revista Veja publicar
áudios em que o militar critica a atuação do ministro Alexandre de Moraes e a
Polícia Federal. Durante a audiência, Mauro Cid confirmou que mandou mensagem
de áudio a amigos em tom de “desabafo”. Ao contrário do que disse nas
mensagens, o militar também reafirmou que decidiu espontaneamente delatar os
fatos que presenciou durante o governo Bolsonaro e que não houve pressão da PF
ou do Judiciário para fazer as acusações. No início da tarde de hoje, Cid recebeu voz de prisão após
ser ouvido. A prisão foi determinada por
descumprimento de cautelares impostas por Moraes e por obstrução de Justiça ao
falar sobre a delação nos áudios com terceiros. De acordo com a reportagem da Veja, Cid afirmou que foi
pressionado pela PF a delatar episódios dos quais não tinha conhecimento ou “o
que não aconteceram”. O ex-ajudante também afirmou, segundo a publicação, que a
Procuradoria-Geral da República e Alexandre de Moraes, relator das
investigações sobre o militar no STF, têm uma “narrativa pronta” e estariam
aguardando somente o momento certo de “prender todo mundo”. Prisão O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal
(STF), determinou a prisão do tenente-coronel Mauro Cid. A prisão ocorreu após
ele prestar depoimento por uma hora, nesta sexta-feira (22), na sala de
audiências do STF. O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro foi chamado a
prestar depoimento após a revista Veja publicar áudios em que o militar critica
a atuação do magistrado e da Polícia Federal. O depoimento durou cerca de uma hora e foi presidido pelo
desembargador Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete de Moraes. Também
esteve presente um representante da Procuradoria-Geral da República (PGR), além
da defesa do militar. A prisão foi determinada por descumprimento de cautelares
impostas contra Cid e por obstrução de Justiça. Após ser comunicado da prisão,
ele foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) para realização de exames. De acordo com a reportagem da Veja, Cid afirmou que foi
pressionado pela PF a delatar episódios dos quais não tinha conhecimento ou “o
que não aconteceram”. O ex-ajudante também afirmou, segundo a publicação, que a
Procuradoria-Geral da República e Alexandre de Moraes, relator das
investigações sobre o militar no STF, têm uma “narrativa pronta” e estariam
aguardando somente o momento certo de “prender todo mundo”. Delação premiada Mauro Cid fechou acordo de colaboração premiada após ter
sido preso no âmbito do inquérito que apura fraudes em certificados de
vacinação contra covid-19. Além do caso referente às vacinas, Cid cooperou
também com o inquérito sobre uma tentativa de golpe de Estado que teria sido
elaborada no alto escalão do governo Bolsonaro. Defesa Após a divulgação da matéria de Veja, a defesa de Mauro Cid,
em comunicado, não negou a autenticidade dos áudios. Os advogados disseram que
as falas “não passam de um desabafo em que relata o difícil momento e a
angústia pessoal, familiar e profissional pelos quais está passando, advindos
da investigação e dos efeitos que ela produz perante a sociedade, familiares e
colegas de farda”.
André Richter/Sabrina
Craide/Marcelo Brandão, com foto: Lula Marques - Agência Brasil
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