10/03/2024
Único sobrevivente da queda de avião da PF que matou dois agentes, mecânico recebe alta de hospital
BELO HORIZONTE, MG - Depois de três dias internado, Walter
Luiz Martins, mecânico aeronáutico de 51 anos e único sobrevivente da queda do
avião da Polícia Federal (PF) no Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, foi
liberado do Hospital de Pronto Socorro João XXIII nessa sexta-feira (8/3). Ele
estava internado desde a última quarta-feira (6), data do acidente. A tragédia também vitimou os agentes federais José Moraes
Neto e Guilherme de Almeida Irber, de Brasília, que perderam a vida no impacto
e foram carbonizados. WLuiz, funcionário de uma empresa terceirizada, foi
resgatado consciente e apresentava trauma abdominal e queimaduras pelo corpo.
Apesar do grave acidente, sua condição permaneceu estável e não houve risco
iminente de morte durante o período de internação. Nessa quinta-feira (7/3), técnicos da PF estiveram no
Aeroporto da Pampulha para a perícia na aeronave. O Terceiro Serviço Regional
de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa III), ligado ao
Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), continua
a investigação para esclarecer as circunstâncias do acidente. A queda As três vítimas estavam em um Cessna 208B Caravan, avião
monomotor fabricado em 2001, com 11 lugares e capacidade para nove passageiros.
Segundo o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), o avião chegou a
decolar e perdeu altitude instantes depois, caindo na lateral da pista, próximo
a um canteiro de obras onde havia trabalhadores no momento. O momento da queda foi registrado por vídeos compartilhados
nas redes sociais. Nas gravações, é possível ver que a aeronave começa a soltar
fumaça ainda no ar e, pelo movimento do piloto, dá a entender que ele tentou
uma manobra para realizar um pouso de emergência. Ao cair, o monomotor entrou
em chamas. Os dois pilotos foram encontrados carbonizados pelos bombeiros. "A gente percebeu através das imagens a decolagem dessa
aeronave e depois uma tentativa de retorno, mas ainda não chegou nenhuma
informação que trouxesse esclarecimento sobre a causa", disse o Tenente
Henrique Barcellos, do Corpo de Bombeiros. O registro do portal Flight Radar, site que faz o
acompanhamento de rotas de aeronaves do mundo inteiro, identificou o acidente a
poucos metros da Avenida Antônio Carlos, uma das principais vias da cidade, por
onde passam ônibus e veículos de passeio. Em nota, a CCR, concessionária que
administra o aeroporto, informou que a pista operou normalmente, uma vez que o
acidente foi fora da faixa. A Polícia Federal confirmou que a aeronave pertence à
instituição, mas não informou o porquê dela estar na Pampulha. Peritos
especialistas em segurança de voo e acidentes aéreos foram deslocados até o
aeroporto. O diretor-geral da instituição decretou luto oficial de três dias.
“A Polícia Federal se solidariza com os familiares e amigos das vítimas e
decreta luto oficial de três dias”, escreve a corporação. Investigações em andamento A Força Aérea Brasileira (FAB) também deslocou
investigadores do Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos (SERIPA III), órgão do Centro de Investigação e
Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), localizados no Rio de Janeiro
(RJ), para BH. Os militares vão realizar uma Ação Inicial, com técnicas
específicas para levantar dados e realizar a coleta de informações que podem
confirmar as causas do acidente, os danos causados à aeronave, ou pela
aeronave. No entanto, pelas imagens registradas pelo Corpo de Bombeiros, é
possível supor uma perda total. No painel de informações da FAB, ainda há o registro de
outros dois acidentes com a aeronave da PF, ambos identificados como incidentes
de menor intensidade. As ocorrências eram relativas a estouro de pneu e
aconteceram em Jundiaí, na grande São Paulo (SP). Uma foi no momento do pouso e
a outra ainda no solo.
EM, com foto: Reprodução
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