08/02/2024
Advogados seguem determinação de Alexandre de Moraes e entregam passaporte de Bolsonaro à PF
BRASÍLIA, DF - Está em posse da Polícia Federal o passaporte
do ex-presidente Jair Bolsonaro, um dos alvos da Operação Tempus Veritatis,
deflagrada nesta quinta-feira (8) pela Polícia Federal por determinação do
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Segundo o advogado de defesa do ex-presidente, Fábio
Wajngarten, a entrega ocorreu pouco antes do meio-dia. Em post publicado na
rede social X, o advogado informa que o documento “já foi entregue para as
autoridades competentes, antes das 12:00, em Brasília conforme determinação”. Na sequência, o advogado lembra que “na única vez que o
presidente Bolsonaro saiu do Brasil, num passado próximo, a convite do governo
eleito da Argentina, os advogados peticionaram ao Supremo consultando e
comunicando”. Tanto Bolsonaro como ministros e militares integrantes de
seu governo foram alvo da operação, suspeitos de terem atuado na tentativa de
golpe ocorrida no dia 8 de janeiro de 2022. Entre os investigados estão o
ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno
Ribeiro Pereira, o ex-ministro da Casa Civil general WSouza Braga Netto e
o ex-ministro da Defesa general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. A operação é deflagrada após o ex-ajudante de ordens de
Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, ter fechado acordo de colaboração
premiada com investigadores da PF. O acordo foi enviado à Procuradoria-Geral da
República (PGR) e recebeu a homologação do STF. Na decisão do STF que autorizou a operação, o ministro
Alexandre de Moraes afirma que Bolsonaro teria colaborado para a preparação de
uma minuta de decreto que tinha por objetivo viabilizar a execução de um golpe
de Estado no país. O relatório cita também reuniões entre militares de alta
patente, tanto da ativa como da reserva, na qual se debatia aspectos
operacionais do golpe. Reunião A minuta de decreto “para executar um golpe de Estado”, foi
entregue ao ex-presidente em 2022 pelo então assessor da Presidência para
Assuntos Internacionais Filipe Martins, que foi preso preventivamente nesta
quinta-feira, e pelo advogado Amauri Feres Saad, apontado como mentor
intelectual do documento. A PF afirma que Bolsonaro teria pedido alterações no
documento para tirar os nomes de Mendes e de Pacheco. Em dado momento, a PF
afirma que Moraes “foi monitorado pelos investigados, demonstrando que os atos
relacionados à tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de
Direito, estavam em execução”. Um dos eventos cruciais para as investigações, conforme
aponta a PF, foi uma reunião convocada por Bolsonaro com a alta cúpula do
governo federal, em 5 de julho de 2022. No encontro, o então presidente teria
cobrado aos presentes que se valessem de seus cargos para disseminar
informações falsas sobre supostas fraudes nas eleições. Um vídeo com a gravação da reunião foi encontrado em um dos
computadores do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro
Cid, que fechou acordo de colaboração premiada com a PF, após ter sido preso
preventivamente nas investigações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.
Pedro Peduzzi/Aline Leal – Agência Brasil, com foto: Isac Nóbrega/PR
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