01/02/2024
Ruptura na região genital causou morte de jovem que se encontrou com atleta do Corinthians
SÃO PAULO, SP - O atestado de óbito da jovem Livia Gabriele
da Silva Matos, de 19 anos, que morreu nesta terça-feira (31) após um encontro
com o jogador Dimas Cândido de Oliveira Filho, do sub-20 do Corinthians, aponta
que a causa da morte foi uma ruptura na região genital. O documento cita que houve "rutura [sinônimo de
ruptura] de fundo de saco de Douglas com extensão à parede vaginal
esquerda". Saco de Douglas é o nome dado a uma região genital que fica na
parte baixa do abdômen entre o útero e o reto. No atestado emitido à 0h desta quarta-feira (31) pelo
Hospital Municipal do Tatuapé ainda menciona: "aguarda exames
complementares". Realizados no Instituto Médico Legal (IML), esses exames
complementares — necroscópico, toxicológico e sexológico — não tinham sido
divulgados até a última atualização desta reportagem e devem apontar o que pode
ter causado a ruptura na região genital de Livia. Além disso, esses laudos devem indicar também se Livia
consumiu algum tipo de substância, como álcool ou entorpecente. Em entrevista à TV Globo, o advogado da família da jovem
afirmou que ainda são esperados os laudos do IML, mas que a ruptura apontada no
atestado de óbito aparentemente não ocorre em uma relação sexual normal. "É tudo muito prematuro ainda. Vai ser acostado
[anexado] o laudo do IML, prontuário médico com os primeiros atendimentos. O
atestado de óbito deu uma ruptura no fundo do saco de Douglas, uma bolsa, e
essa ruptura, aparentemente, numa relação sexual normal ela não rompe, né. O
que está sendo investigado pela polícia, competente delegada que está no caso,
é saber se houve violência ou introdução de algum objeto aí", afirmou o
advogado Alfredo Porcer. "Não dá pra desconfiar de nada, ele [jogador] está
sendo investigado, a morte é suspeita. O que eu posso trazer aqui é que o pai
acabou me falar agora que no hospital ele queria ir embora, que ele estava com
uma passagem comprada, bastante tenso. Ele trouxe essa informação agora pra
mim. Só vai se chegar a uma conclusão com a juntada do laudo do IML, mais os
prontuários médicos e o atendimento que a Livia teve no dia dos fatos",
ressaltou. Livia Gabriele da Silva Matos estava no apartamento de Dimas
na noite de terça-feira (31), quando foi levada ao pronto-socorro do Tatuapé
pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que foi acionado pelo
jogador. Ela apresentava sangramento nas partes íntimas e sofreu
quatro paradas cardiorrespiratórias, sendo uma delas a caminho do hospital. O caso foi registrado como morte suspeita no 30º Distrito
Policial e o inquérito será conduzido pela 5º Delegacia de Defesa da Mulher.
Agora, a Polícia Civil quer detalhes do histórico de saúde de Livia. A
investigação aguarda os laudos da perícia e não descarta que tenha ocorrido uma
fatalidade. Na tarde desta quarta-feira (31), os investigadores foram ao
apartamento do jogador e encontraram uma pequena quantidade de sangue no
colchão e no chão, além de uma camisinha e dois cigarros eletrônicos. A polícia pediu ao condomínio as imagens das câmeras de
segurança. A gravação pode mostrar a chegada da jovem ao prédio. Uma das tias da jovem diz ainda não saber o que aconteceu.
"Está na mão da Justiça. Eu acredito na justiça de Deus e na justiça dos
homens. A gente vai ver agora. Eu vou na delegacia e depois a gente vai ver se
[o corpo] está liberado", disse à TV Globo Nádia Falconeres, tia de Lívia. O advogado de Dimas, Tiago Lenoir, afirma que o atleta está
abalado. “Dimas permanece à disposição das autoridades policiais para
prestar todo e qualquer esclarecimento. Ele está bastante abalado, consternado
com tudo isso, e a gente aguarda o quanto antes que o exame de necropsia dê a
devida causa morte dessa fatalidade.” Em nota, o Sport Club Corinthians Paulista informou que
"está ciente dos acontecimentos que envolveram um de seus atletas da base,
aguarda a investigação dos fatos e está à disposição para colaborar com as
autoridades". Primeiro encontro e desmaio durante a relação sexual Livia Gabriele da Silva Matos, de 19 anos, estava no
apartamento de Dimas, quando passou mal e teve parada cardíaca. Ela, então, foi
levada ao pronto-socorro do Hospital Municipal do Tatuapé por uma equipe do
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Dimas contou que foi ele quem
acionou o Samu e comunicou sobre o estado de saúde de Livia. Segundo a polícia, a jovem foi encontrada pela equipe do
Samu com intenso sangramento na vagina e em parada cardiorrespiratória. A
equipe de resgate fez massagem cardíaca e a encaminhou para a ambulância, onde
a jovem teve outra parada. No hospital municipal, a jovem ainda sofreu outras duas
paradas cardiorrespiratórias. Conforme boletim de ocorrência, o médico informou
à família de Livia que ela havia falecido após sofrer as quatro paradas
cardíacas e com muita perda de sangue decorrente de uma fissura na vagina. O jogador disse, em depoimento à polícia, que conversava
havia alguns meses com a jovem pelas redes sociais, que os dois nunca tinham se
visto pessoalmente e que esse tinha sido o primeiro encontro. O atleta ainda afirmou que, durante a relação sexual, a
jovem desmaiou e, a partir daí, ele ligou para o Samu e prestou o socorro. O jogador também disse que eles não fizeram uso de bebida
alcoólica e entorpecente, e que estavam apenas os dois no apartamento. O atleta
contou, ainda, que Lívia havia levado dois cigarros eletrônicos, onde era usado
um óleo. No depoimento, o atleta disse ainda que os dois tiveram
relação sexual e conversaram em seguida. Quando foram para a segunda relação
sexual, ele diz que percebeu que Livia não respondia, momento então em que
observou que ela tinha desmaiado e ligou imediatamente para o Samu.
g1, com foto: Reprodução/Redes Sociais
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