30/01/2024
Após PF afirmar que Abin prejudicou investigações, Lula demite o nº 2 da agência
BRASÍLIA, DF - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva
exonerou nesta terça-feira (30) Alessandro Moretti do cargo de diretor-adjunto
da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A exoneração do número 2 da
agência foi publicada na noite de hoje em edição extra do Diário Oficial da
União (DOU). A demissão ocorre após a Polícia Federal (PF) deflagrar
operação que investiga suposto esquema de produção de informações clandestinas
dentro da Abin durante a gestão do então diretor e atual deputado federal,
Alexandre Ramagem (PL-RJ). Um dos alvos da investigação é o vereador Carlos
Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Mais cedo, o presidente Lula havia dito, em entrevista, que
se fosse comprovado o envolvimento de Moretti no monitoramento ilegal feito no
governo passado, não haveria condições de ele permanecer na instituição. O delegado federal Alessandro Moretti estava na Abin desde
março de 2023 e continuou no órgão por ter relação de confiança com o
diretor-geral Luiz Fernando Corrêa, nomeado pelo presidente Lula. Com a saída de Moretti, o segundo maior posto do órgão
passará a ser ocupado por Marco Aurélio Chaves Cepik, conforme nota divulgada
pela Casa Civil da Presidência da República. Cepik é professor universitário e
o atual diretor da Escola de Inteligência da Abin. Antes da Abin, Moretti ocupou direção de Inteligência
Policial (2022 a 2023) e de Tecnologia da Informação e Inovação (2021 a 2022)
da Polícia Federal. Ele também atuou como diretor de Gestão e Integração de
Informações da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), em 2020 e foi
secretário-executivo de Segurança Pública do Distrito Federal, entre 2018 e
2020.
Carolina Pimentel/Marcelo Brandão – Agência Brasil, com foto: Luiz Silveira/Agêndcia CNJ
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