04/12/2023
PGR quer que Meta entregue vídeo que Bolsonaro postou e apagou alegando estar sob efeito de morfina
BRASÍLIA, DF - A Procuradoria-Geral da República (PGR)
renovou nesta segunda-feira (4) um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF)
para que a empresa Meta seja obrigada a entregar um vídeo publicado e depois
apagado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. O órgão acusador pediu que o Supremo dê 48 horas para o
cumprimento da ordem, sob pena de multa de R$ 100 mil por dia em caso de
descumprimento. A preservação e o envio do material ao Supremo já foram
determinados pelo relator, ministro Alexandre de Moraes, mas até agora a ordem
não foi cumprida, segundo a PGR. O caso diz respeito a um vídeo publicado por Bolsonaro em
sua conta na rede social Facebook, em 10 de janeiro, 2 dias depois dos atos
golpistas de 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente invadiram e
depredaram as sedes dos Três Poderes. No vídeo, havia a acusação de que o
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o próprio Supremo teriam fraudado as
eleições. O episódio fez com que Moraes aceitasse o pedido da PGR e
incluísse Bolsonaro entre os investigados pelos atos antidemocráticos. A defesa
do ex-presidente apresentou laudo médico e alegou que ele estava sob efeito de
morfina quando teria feito a postagem por engano. Além de preservar a publicação, uma primeira ordem de
Moraes, assinada em 13 de janeiro, determinava o fornecimento de dados sobre
alcance da postagem, autoria da publicação, número de compartilhamentos e de
comentários. Contudo, não há sinais de que qualquer dessas medidas tenham
sido cumpridas, frisou a PGR. “Não obstante as determinações judiciais, o MPF
não foi intimado acerca do cumprimento das ordens judiciais, ou seja, não há
informações da preservação e entrega do vídeo pela empresa Meta INC”, escreveu
o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, responsável pelas
apurações do 8 de janeiro, na petição desta segunda-feira.
A Agência Brasil tenta contato com a empresa Meta,
responsável pelo Facebook. Felipe Pontes/Fernando Fraga, com foto: Fernando Frazão – Agência Brasil
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