09/11/2023
Alvo de operação diz à PF que foi recrutado por grupo ligado a terroristas do Hezbollah
BRASÍLIA, DF - Um dos alvos de uma operação deflagrada nesta
quarta-feira (8) pela Polícia Federal afirmou às autoridades que foi recrutado
por um grupo ligado aos terroristas do Hezbollah. A informação foi publicada inicialmente pelo jornal "O
Globo". A TV Globo também teve acesso a esse trecho do depoimento. A operação da PF investiga indícios de que um grupo ligado
ao Hezbollah planejava atentados contra alvos judaicos em território
brasileiro. Dois homens foram presos. Há mandados de prisão também para
dois homens que estão no Líbano. A Interpol já foi acionada. O alvo que revelou ter sido recrutado pelo grupo terrorista
não foi preso, mas a PF fez buscas e apreensões na casa dele. Os policiais cumpriram ao todo onze mandados de busca e
apreensão em Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal. Eles apreenderam
dinheiro, celulares e documentos, como agendas e anotações. De acordo com investigadores, as primeiras informações de
inteligência foram repassadas pelos governos de Israel e dos Estados Unidos. Alguns dos alvos chegaram a viajar recentemente a Beirute,
capital do Líbano, para encontros com integrantes do Hezbollah. Repercussão Em nota, a Confederação Israelita no Brasil manifestou
“enorme preocupação com a prisão de terroristas no Brasil ligados ao grupo
libanês Hezbollah, que, segundo a Polícia Federal, planejavam atentados contra
alvos judaicos no Brasil” e disse que “o terrorismo, em todas as suas
vertentes, deve ser combatido e repudiado por toda a sociedade
brasileira". A Conib parabenizou a Polícia Federal, o Ministério Público
e o Ministério da Justiça pela sua "ação preventiva e reitera que os
trágicos conflitos do Oriente Médio não podem ser importados ao nosso país,
onde diferentes comunidades convivem de forma pacífica, harmoniosa e sem medo
do terrorismo". A Agência de Inteligência Israelense, conhecida como Mossad,
afirmou que “os órgãos de segurança do Brasil, juntamente com o Mossad, seus
parceiros na comunidade de segurança israelense e outros órgãos internacionais
de segurança, frustraram um ataque terrorista no Brasil, promovido pela
organização terrorista Hezbollah, dirigida e financiada pelo regime iraniano”.
Segundo a nota, se tratava de uma rede ampla que operava em outros países. O presidente do STF - Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto
Barroso, afirmou que o Brasil tem tradição de ser contra qualquer tipo de
intolerância.
“O antissemitismo já custou muito caro não só ao povo judeu,
mas à humanidade como um todo, e é vergonhoso que isso possa ser a qualquer
tempo reavivado. Eu penso que o Brasil tem muitos desafios, mas tem algumas
características positivas que a gente não pode perder. Uma delas é de ser um
país de paz, um país de democracia, um país de tolerância religiosa. Aqui entre
nós, todas as religiões, todos os imigrantes, sempre foram bem acolhidos, bem
recebidos. Cristãos, judeus, muçulmanos, budistas, sempre puderam praticar o
seu credo aqui sob proteção, em liberdade e com respeito e consideração”,
afirmou Barroso. g1, com foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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