02/11/2023
MP denuncia por lesão corporal e maus-tratos a animais agressor da irmã de ministro do STF e dos cães dela
SÃO PAULO, SP - O Ministério Público denunciou por crimes de
lesão corporal contra mulher e maus-tratos a animais o homem que agrediu a
advogada Caroline Zanin Martins, irmã do ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF) Cristiano Zanin, e chutou os dois cachorros dela, na Zona Oeste de São
Paulo. Uma câmera de segurança registrou o momento da agressão, no
dia 16 de outubro, em Perdizes. Nas imagens, é possível ver que a advogada
estava parada com seus dois cachorros na frente de um prédio, quando um homem
passa e dá pontapés nela e nos animais. Segundo a reportagem do g1 apurou, Rogério Cardoso Júnior,
de 64 anos, prestou depoimento no dia 20 de outubro no 23º Distrito Policial e
alegou à polícia que deu chutes para se defender após ser atacado pelos
cachorros de Caroline. No dia 18, Caroline prestou depoimento, reconheceu Rogério
por meio de uma foto como o suspeito de agredi-la e fez a representação para
instauração de inquérito policial. O laudo de lesão corporal do Instituto Médico Legal (IML)
constatou que havia escoriação na região lateral da perna direita da advogada
de natureza leve. O laudo veterinário também apontou que um dos animais de
Caroline, da raça Welsh Corgis, sofreu lesão na pata, unha e sangramento no
local. Após depoimento de Rogério e Caroline, além dos laudos
periciais, o relatório final do inquérito policial foi concluído. Com isso, a
polícia determinou pelo indiciamento por maus-tratos a animais e lesão corporal
dolosa. O Ministério Público denunciou Rogério por lesão corporal
além de maus-tratos a animais por duas vezes, já que o homem chutou os dois
cachorros de Caroline. No pedido, o promotor Severino Antônio Tavares Moreira
Barbosa entendeu que "a conduta do denunciado, de agredir a vítima e seus
cães em plena via pública, a qual estava passeando com seus cachorros de
pequeno porte, indica comportamento absolutamente reprovável". "De modo que a solução negociada de todo modo não se
mostraria suficiente para a reprovação do crime, nos termos do dispositivo
legal já mencionado", ressaltou o promotor. No caso do crime de lesão corporal, a lei de 2021 aumentou a
pena em casos de violência de gênero. Antes, era de três meses até três anos.
Agora, pode variar de um até quatro anos. A Justiça ainda irá analisar a manifestação do MP e pode
tornar Rogério réu, quando deve passar a ser processado pelos crimes. Quando foi indiciado pela polícia, Rogério foi procurado
pelo g1 e não quis falar sobre o assunto. O que alegou o agressor? Segundo a reportagem apurou, o homem disse à polícia que
mora no bairro Perdizes há cerca de 17 anos e que na segunda-feira (16), ao
retornar da academia a pé, se deparou com os cachorros de Caroline. Disse que os animais foram agressivos e o atacaram, chegando
a morder seu short e puxando a roupa para baixo. Disse ainda que a advogada não segurou a guia dos animais e
seguiu caminhando, quando, ao chegar perto do prédio, os cachorros tentaram
ataca-lo novamente, momento que deu chutes para se defender e afastá-los. Rogério afirmou à polícia que não teve intenção de lesionar
a advogada e os cachorros, e que não acertou os chutes. Ele também alegou que
não conhece Caroline e não sabia que era irmão do ministro do STF. 'Me sinto insegura' Caroline afirma que não conhecia Rogério e que nunca o viu
antes pelo bairro. Ao g1, ela disse que foi traumatizante e está se sentindo
insegura. Por isso, pretende se mudar de onde mora. "Ele [suspeito] chegou do nada. Foi tudo muito rápido e
traumatizante. Penso realmente em me mudar. Eu me sinto totalmente
insegura", afirmou a advogada nesta quinta-feira (19). Ainda conforme a advogada, ela acredita que não tenha sido
motivação política por conta do irmão, ministro do STF. "Num primeiro momento eu acredito que não tenha
motivação política. Até porque todos temos o direito de termos opiniões e
posicionamentos políticos sem que isso resulte em qualquer forma de
agressão", diz Caroline.
"Penso ter sido mais uma agressão contra a mulher e
animais porque sei que este tipo de violência é muito mais comum do que se
imagina. Confio plenamente na justiça e tenho a certeza de que tudo será
esclarecido da melhor forma", complementou. g1, com fotos: Reprodução
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