01/11/2023
TSE impõe nova condenação a Jair Bolsonaro e torna Braga Netto inelegível
BRASÍLIA, DF - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou
nesta terça-feira (31) o ex-presidente Jair Bolsonaro e o general Braga Netto à
inelegibilidade por oito anos pelo uso eleitoral das comemorações de 7 de
setembro de 2022. É a segunda condenação de Bolsonaro à inelegibilidade por
oito anos. Contudo, o prazo de oito anos continua valendo em função da primeira
condenação e não será contado duas vezes. O ex-presidente está impedido de
participar das eleições até 2030. Na primeira condenação, o ex-presidente foi condenado pelo
TSE por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação pela
reunião realizada com embaixadores, em julho do ano passado, no Palácio da
Alvorada, para atacar o sistema eletrônico de votação. Com a decisão desta terça-feira, Braga Netto fica inelegível
e não poderá participar das próximas eleições. O general foi vice na chapa de
Bolsonaro nas eleições do ano passado e também participou do evento cívico e
dos comícios. A decisão do TSE também multa Bolsonaro e Braga Netto em R$
425 mil e R$ 212 mil, respectivamente, pelo uso da estrutura do evento do
Bicentenário da Independência para promover a candidatura à reeleição. Votos Por 5 votos a 2, prevaleceu na votação o posicionamento do
relator, ministro Benedito Gonçalves, pela condenação de Bolsonaro e Braga
Netto por abuso de poder político e econômico nas eleições. No voto proferido na sessão de 24 de outubro, o ministro
citou as irregularidades que Bolsonaro cometeu durante o 7 de setembro em
Brasília e no Rio de Janeiro. Entre as acusações, Gonçalves citou uma entrevista de
Bolsonaro à TV Brasil, usando a faixa presidencial, antes do início do desfile
em Brasília e a autorização do governo para que tratores de agricultores
apoiadores do ex-presidente participassem do desfile militar. O ministro também
citou a participação do empresário Luciano Hang, conhecido apoiador de
Bolsonaro, no palanque oficial e a autorização para entrada de um trio elétrico
na Esplanada dos Ministérios para realização do comício do então presidente
após o desfile. No Rio de Janeiro, segundo o relator, as irregularidades
ocorreram com o deslocamento de Bolsonaro, no avião presidencial, para
participar de outro comício, paralelo ao evento cívico-militar, e pela
transferência inédita do desfile militar do centro da cidade para a orla da
praia de Copacabana, local que se caracterizou pela presença de apoiadores de
Bolsonaro durante a campanha eleitoral. Também votaram pelas condenações os ministros Floriano de
Azevedo Marques, André Ramos Tavares, Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes. Os ministros Raul Araújo e Nunes Marques votaram pela
rejeição das acusações. O julgamento pelo TSE é motivado por três ações protocoladas
pelo PDT e a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), que defenderam a
inelegibilidade de Bolsonaro, além da aplicação de multa, pela acusação de
utilização das comemorações oficiais do Bicentenário da Independência, em
Brasília e no Rio de Janeiro, para promoção da candidatura à reeleição nas
eleições de outubro do ano passado. Defesa Na primeira sessão do julgamento, realizada na terça-feira
(24), a defesa de Bolsonaro disse que o ex-presidente não usou a comemoração do
7 de setembro para sua candidatura.
De acordo com a defesa, Bolsonaro deixou o palanque oficial
e foi até outra parte da Esplanada dos Ministérios, onde um carro de som estava
preparado pela campanha, sem vinculação com o evento cívico. André Richter/Sabrina
Craide, com foto: VCampanato - Agência Brasil
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