18/09/2023
Mercado eleva para 2,89% a projeção de crescimento da economia no Brasil em 2023
BRASÍLIA, DF - Pela quarta semana seguida, a previsão do
mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano subiu,
passando de 2,64% para 2,89%. A estimativa está no boletim Focus de hoje (18),
pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a projeção para os
principais indicadores econômicos. Para o próximo ano, a expectativa para o Produto Interno
Bruto (PIB - a soma dos bens e serviços produzidos no país) é de crescimento de
1,5%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,95% e
2%, respectivamente. Superando as projeções, no segundo trimestre do ano a
economia brasileira cresceu 0,9%, na comparação com os primeiros três meses de
2023, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, a economia brasileira
avançou 3,4%. O PIB acumula alta de 3,2% no período de 12 meses. No
semestre, a alta acumulada foi de 3,7%. Inflação A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) - considerada a inflação oficial do país – teve queda de 4,93% para
4,86%. Para 2024, a estimativa de inflação ficou em 3,86%. Para 2025 e 2026, as
previsões são de 3,5% para os dois anos. A estimativa para este ano está acima do teto da meta de
inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário
Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5
ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e
o superior 4,75%. Segundo o BC, no último Relatório de Inflação a chance de o
índice oficial superar o teto da meta em 2023 é de 61%. A projeção do mercado para a inflação de 2024 também está
acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo
de tolerância de 1,5 ponto percentual. Em agosto, influenciado pelo aumento do custo da energia
elétrica, o IPCA foi de 0,23%, segundo o IBGE. O índice é superior ao
registrado em agosto do ano passado, quando havia sido observada deflação
(queda de preços) de 0,36%. O IPCA acumula taxa de 3,23% no ano. Em 12 meses, a taxa
acumulada é de 4,61%. Taxa de juros Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como
principal instrumento a taxa básica de juros - a Selic - definida em 13,25% ao
ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Diante da forte queda da
inflação, o Copom iniciou, no mês passado, um ciclo de redução da Selic. A última vez em que o Banco Central tinha diminuído a Selic
foi em agosto de 2020, quando a taxa caiu de 2,25% para 2% ao ano, em meio à
contração econômica gerada pela pandemia de covid-19. Depois disso, o Copom
elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo que começou em março de
2021, em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. A partir
de agosto do ano passado, manteve a taxa em 13,75% ao ano por sete vezes
seguidas. Nesta terça (19) e quarta-feira (20), ocorre a sexta reunião
do ano do Copom para a definição da Selic. A expectativa do mercado é que a
taxa básica seja reduzida para 12,75% ao ano. Na ata do último encontro, os
membros do colegiado já previam cortes de 0,5 ponto nas próximas reuniões.
Segundo o documento, o órgão avalia que esse será o ritmo adequado para manter
a política monetária contracionista (juros que desestimulam a economia)
necessária para controlar a inflação. Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2023 em
11,75% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para
9% ao ano. Para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 8,5% ao ano
para os dois anos. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade
é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros
mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os
bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos
consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da
economia. Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito
fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle
sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
Por fim, a previsão do mercado financeiro para a cotação do
dólar está em R$ 4,95 para o fim deste ano. Para o fim de 2024, a previsão é de
que a moeda americana fique em R$ 5. Andreia Verdélio/Graça Adjuto, com foto: Marcello Casal Jr – Agência Brasil
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