02/08/2023
Moraes determina à PF que apreenda armas, munições, celulares, e dinheiro da deputada Carla Zambeli
BRASÍLIA, DF - Na decisão em que autorizou as diligências
pedidas pela Polícia Federal (PF) contra a deputada Carla Zambelli (PL-SP), o
ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou também
a apreensão de celulares, tablets e computadores, bem como de armas, munições e
quantias acima de R$ 10 mil eventualmente encontradas em endereços e veículos
ligados à parlamentar. Moraes escreveu que os agentes da PF deveriam “verificar a
existência de eventuais cômodos secretos ou salas reservadas em quaisquer dos
endereços diligenciados”, assim como recolher registros de frequência aos
endereços ligados à parlamentar. O ministro também afastou o sigilo bancário de Zambelli, do
hacker WDelgatti Neto e de outras três pessoas ligadas à deputada, de
forma a esclarecer transferências de R$ 13,5 mil, via Pix, para a conta de
Delgatti. Segundo as investigações, a quantia seria pagamento por serviços de
invasão bem-sucedida a sistemas do Poder Judiciário. Delgatti foi preso pela Polícia Federal na manhã desta
quarta-feira (2), em Araraquara, no estado de São Paulo. Ele é suspeito de
invadir o Banco Nacional de Mandados de Prisão, do Conselho Nacional de Justiça
(BNMP/CNJ), em 4 de janeiro. Na época, o CNJ divulgou a abertura de
investigações para apurar o caso. No falso documento, consta que Moraes teria mandado prender
a si mesmo por “litigância de má-fé”, isto é, por ter acionado o sistema
judiciário sem causa plausível. “Diante de todo o exposto, expeça-se o
competente mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes.
Publique-se, intime-se e faz o L.”, dizia outro trecho da falsa decisão. Moraes determinou ainda que o relatório com o resultado das
buscas seja entregue pela Polícia Federal em até 30 dias. Estão à frente do
caso os delegados Flávio Vieitez Reis e Elias Milhomem de Araújo. A
Procuradoria-Geral da República (PGR) concordou com todas as medidas, afirmando
serem “necessárias” para a elucidação do caso. Invasão De acordo com a decisão, Delgatti já prestou depoimento
anterior à PF, no qual admitiu ser autor da invasão, após a qual, além do
mandado falso pela prisão de Moraes, foram inseridos mandados de soltura de 10
presos espalhados por diferentes estados. Ele afirmou que o ato foi feito a
pedido de Zambelli. Em nota, a defesa de Zambelli disse que "confirma a
realização de mandados de busca e apreensão em seus endereços nesta
quarta-feira. A medida foi recebida com surpresa, porque a deputada peticionou,
através de seu advogado constituído, o Dr. Daniel Bialski, colocando-se à
disposição para prestar todas informações necessárias e em nenhum momento a
parlamentar deixou de cooperar com as autoridades. Respeita-se a decisão judicial, contudo, refuta-se a
suspeita que tenha participado de qualquer ato ilícito. Por fim, a deputada
Carla Zambelli aguardará, com tranquilidade, o desfecho das investigações e a
demonstração de sua inocência”, acrescenta o texto.
À Agência Brasil, a defesa de Delgatti disse ainda não ter
acesso ao inteiro teor da decisão pela prisão preventiva do investigado. Felipe Pontes/Kleber Sampaio – Agência Brasil, com foto: Elaine Menke/Câmara dos Deputados
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