28/07/2023
Desemprego recua para 8% no segundo trimestre, o menor resultado para o período desde 2014
BRASÍLIA, DF - A taxa de desocupação foi de 8% no trimestre
encerrado em junho, o menor resultado para o período desde 2014. É uma redução
de 0,8 ponto percentual (p.p.) frente ao trimestre anterior (8,8%), de janeiro
a março. Na comparação com o segundo trimestre de 2022 (9,3%), o índice teve
queda de 1,3 p.p. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(PNAD) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). No segundo trimestre de 2023, havia cerca de 8,6 milhões de
pessoas sem emprego no país. O número de pessoas ocupadas, por sua vez, foi
98,9 milhões, com aumento de 1,1% na comparação trimestral e de 0,7% na anual. "O segundo trimestre registrou recuo da taxa de
desocupação, após crescimento no primeiro trimestre do ano. Esse movimento
aponta para recuperação de padrão sazonal desse indicador. Pelo lado da ocupação,
destaca-se a expansão de trabalhadores na administração pública, defesa,
seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, no trimestre e no
ano", disse, em nota, a coordenadora de Pesquisas por Amostra de
Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy. A PNAD Contínua também mostrou que o contingente de
empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada chegou a 13,1
milhões de pessoas, subindo 2,4% (mais 303 mil pessoas) na comparação
trimestral. Houve estabilidade na comparação anual. “Já a quantidade de
trabalhadores com carteira assinada no setor ficou estável no trimestre,
totalizando 36,8 milhões de pessoas, mas com aumento de 2,8% (mais 991 mil
pessoas) em relação ao mesmo trimestre do ano passado”, diz o IBGE. A taxa de informalidade de 39,2% foi registrada no segundo
trimestre, ante uma taxa de 39% no primeiro trimestre, e de 40% no mesmo
período de 2022. “O tipo de vínculo que se destaca como responsável pelo
crescimento da ocupação vem de um dos segmentos da informalidade, que é o emprego
sem carteira assinada”, acrescentou Adriana. O número de empregados no setor público (12,2 milhões de
pessoas), por sua vez, cresceu 3,8% frente ao trimestre anterior. Quando se
compara com o mesmo trimestre de 2022 houve alta de 3,1%, um acréscimo de 365
mil pessoas. Na categoria dos trabalhadores por conta própria, formada
por 25,2 milhões de pessoas, foi observada estabilidade na comparação com o
trimestre anterior. Em relação ao mesmo período do ano passado, o indicador,
neste trimestre, apresentou uma redução de 491 mil pessoas. Subutilização e
desalento A taxa de subutilização (17,8%) teve queda nas duas
comparações: 1 p.p. no trimestre e 3,4 p.p. no ano. O total de pessoas
subutilizadas chegou a 20,4 milhões, uma redução de 5,7% (menos 1.224 pessoas)
em relação ao trimestre anterior. Na comparação com igual trimestre do ano
passado, esse índice caiu 17,7% (menos 4.385 pessoas). O contingente de pessoas desalentadas também diminuiu,
ficando em 3,7 milhões. Frente ao trimestre anterior, a redução foi 5,1% (menos
199 mil pessoas) e, na comparação anual, de 13,9% (menos 593 mil pessoas). O
percentual de desalentados na força de trabalho (3,3%) caiu 0,2 p.p. no
trimestre e 0,5 p.p. no ano. A população fora da força de trabalho ficou em 67,1 milhões,
permanecendo estável em relação ao trimestre anterior e crescendo 3,6% (mais
2,3 milhões de pessoas) quando comparada ao mesmo trimestre de 2022.
O rendimento real habitual (R$ 2.921) apresentou
estabilidade frente ao trimestre anterior e expansão de 6,2% no ano. A massa de
rendimento real habitual (R$ 284,1 bilhões) também ficou estável contra o
trimestre anterior, mas subiu 7,2% na comparação anual (mais R$ 19 bilhões). Ana Cristina Campos/Valéria Aguiar, com foto: Marcello Casal Jr – Agência Brasil
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