22/07/2023
PF diz que vídeo entregue por suspeito de agredir Moraes foi editado e pede o original
BRASÍLIA, DF - A Polícia Federal solicitou à defesa do
empresário Alex Zanatta, um dos suspeitos de hostilizar o ministro Alexandre de
Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em Roma, Itália, a íntegra do vídeo
gravado por ele no momento da confusão. Segundo fontes da corporação, a
filmagem passou por edição como, por exemplo, corte ou interrupção, e que, por
isso, os investigadores solicitaram a íntegra da gravação. O ministro Alexandre de Moraes e seu filho foram
hostilizados no Aeroporto Internacional de Roma, em 14 de julho, pelo casal
Roberto Mantovani e Andréia Munarão, além do genro deles, Alex Zanatta, e o
filho Giovani Mantovani. O magistrado estava retornando da Universidade de
Siena, onde participou do Fórum Internacional de Direito. Os brasileiros,
então, xingaram o integrante da Suprema Corte chamando-o de “bandido, comunista
e comprado”.
Procurada pela reportagem, a defesa do empresário disse que
ainda não foi notificada pela PF para apresentar o material completo. Ao
Correio Braziliense, o advogado Ralph Tórtima, que representa Zanatta, afirmou
que o vídeo entregue é de apenas 10 segundos porque foi iniciado “após o
ministro Alexandre de Moraes tirar fotografias deles e dizer que eles sofreriam
consequências no Brasil”. “Nesse momento [da gravação], é que o Alex pega o celular e
dá início às filmagens. Se alguém estivesse filmando antes, isso teria
aparecido nas filmagens tiradas pelo ministro. E nenhum deles está filmando ou
está com o celular na mão. Por isso que não houve edição, não houve redução do
tempo de filmagem. A única filmagem que existe é essa e ela está completa”,
destacou o jurista. As imagens gravadas pelo circuito interno do aeroporto de
Roma mostram um tapa de Roberto Mantovani contra o filho de Moraes. Em
depoimento à PF, na última terça-feira, o casal negou as agressões e
argumentaram que, na verdade, foram vítimas de ofensas por parte do filho do
magistrado.
Após a confusão, os envolvidos embarcaram normalmente para o
Brasil, mas, ao desembarcarem em Guarulhos (SP), foram abordados pela PF — que
instaurou inquérito para apurar acusações de agressão, ameaça, injúria e
difamação contra o ministro. A corporação também começou a receber as imagens
enviadas pela Interpol da Itália para a Interpol do Brasil. O delegado
responsável pelo caso encaminhou o material à perícia. Correio Braziliense, com foto: Nelson Jr/SCO-STF
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