20/07/2023
CGU aponta rombo de R$ 202 bilhões na gestão Bolsonaro referente a 2022
BRASÍLIA, DF - Relatórios de auditoria elaborados pela
Controladoria-Geral da União (CGU) apontam distorções contábeis de R$ 202
bilhões em cinco ministérios no último ano do governo Jair Bolsonaro. As conclusões estão em relatórios de auditoria financeira e
são referentes ao exercício financeiro de 2022. Os documentos foram publicados
em abril deste ano, mas só foram noticiados nesta quarta-feira (19). Conforme os relatórios, o Ministério da Agricultura
registrou inconsistências de R$ 142,9 bilhões. De acordo com os técnicos da
CGU, a maior parte das distorções, no valor de R$ 134 bilhões, está relacionada
a falhas contábeis no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(Incra), órgão que fazia parte da pasta na gestão de Bolsonaro. As inconsistências envolvem imóveis do Incra e falhas na
contabilização dos programas Fundo de Terras, Reforma Agrária e Funcafé. Educação No Ministério da Educação (MEC), as falhas são de R$ 17,1
bilhões. Os auditores da CGU concluíram que as demonstrações do MEC
"não refletem a situação patrimonial, o resultado financeiro e os fluxos
de caixa" da pasta. Somente no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), foram
registradas distorções de R$ 782 milhões. São valores diferentes reconhecidos
contabilmente pela pasta em relação aos valores registrados na Caixa e no Banco
do Brasil. O relatório também cita classificação contábil incorreta de
pagamentos de bolsas de estudo no exterior ofertadas pela Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e prejuízos financeiros,
sociais e operacionais decorrentes de obras paradas. Saúde No Ministério da Saúde, foram identificadas falhas de R$
15,9 bilhões nos controles internos de pagamento de despesas, na gestão de
controle de medicamentos e perda de estoques. Auxílio Brasil A CGU encontrou distorções de R$ 6,3 bilhões no Ministério
da Cidadania. Os relatórios encontraram falhas em controles de pagamento aos
beneficiários dos programas Auxílio Brasil e Auxílio Gás. Houve falhas de
estornos, benefícios não sacados, além de autorizações de pagamento a famílias
que não se enquadraram no perfil para receber o benefício e erros no cálculo de
valores a pagar. Aeroportos No antigo Ministério da Infraestrutura, apareceram falhas de
R$ 20,3 bilhões. Entre as inconsistências, os técnicos encontraram distorções
de R$ 2,3 bilhões de registros equivocados nas contas de créditos a receber
envolvendo concessões de aeroportos. Recomendação Em todos os casos, após detectar as distorções, a
Controladoria-Geral da União recomendou aos ministérios o aprimoramento dos
controles internos para correção das distorções identificadas. Defesa
A Agência Brasil busca contato com a defesa de Bolsonaro
para comentar as conclusões das auditorias. André Richter/Juliana Andrade, com foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
|