25/05/2023
STF condena Collor por corrupção passiva e lavagem de dinheiro; pena será decidida quarta-feira
BRASÍLIA, DF - O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu,
nesta quinta-feira (25), que todos os ministros da Corte vão votar para definir
a pena do ex-senador e ex-presidente da República Fernando Collor, condenado
por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato. A votação
será na próxima quarta-feira (31). Na sessão de hoje, a sexta destinada ao julgamento, após
decidir pela condenação do ex-senador, o plenário definiu que os ministros que
votaram para absolver Collor das acusações também poderão se manifestar sobre a
dosimetria da pena, o cálculo que define a sentença final que deverá ser
cumprida. Durante o julgamento, o relator, ministro Edson Fachin,
entendeu que os colegas que se manifestaram pela absolvição da Collor não podem
votar na dosimetria. Contudo, o entendimento ficou vencido por 7 votos a 2. O ministro Dias Toffoli defendeu que os membros do tribunal
não podem ser impedidos de votar. Toffoli afirmou que, no julgamento do
mensalão, chegou a votar para condenar ex-presidente do PT José Genoino para
poder participar da votação da pena. "Votei em alguns casos da Ação Penal 470 para condenar
e participar da dosimetria, para poder influenciar, já que me tiraram o direito
de absolver. Somos um colegiado, e ninguém pode tirar o voto de ninguém. Nós
somos iguais", afirmou. Toffoli também falou em "corrigir injustiças" que
foram feitas pelo STF. "Nós estamos a corrigir injustiças que foram feitas e
não temos que ter vergonha de pedir desculpas de erros judiciais que cometemos.
Estamos aqui a corrigir injustiças, e pessoas sofreram por injustiças que
cometemos no passado", completou. Além do relator, também votaram pela condenação de Collor os
ministros Alexandre de Moraes, André Mendonça, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux,
Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Rosa Weber. Nunes Marques e Gilmar Mendes votaram pela absolvição. Condenação No início da sessão, o Supremo, por 8 votos a 2, decidiu
condenar Fernando Collor. Para o tribunal, como antigo dirigente do Partido
Trabalhista Brasileiro (PTB), Collor foi responsável por indicações políticas
para a BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras, e recebeu R$ 20
milhões em vantagens indevidas em contratos da empresa. Os crimes teriam
ocorrido entre 2010 e 2014. Defesa Durante o julgamento, o advogado Marcelo Bessa pediu a
absolvição de Collor. A defesa alegou que as acusações da PGR estão baseadas em
depoimentos de delação premiada e não foram apresentadas provas que
incriminassem o ex-senador. Bessa também negou que Collor tenha sido responsável pela
indicação de diretores da empresa. Segundo o advogado, os delatores acusaram
Collor com base em comentários de terceiros.
"Não há nenhuma prova idônea que corrobore essa versão
do Ministério Público. Se tem aqui uma versão posta, única e exclusivamente,
por colaboradores premiados, que não dizem que a arrecadação desses valores
teria relação com Collor ou com suposta intermediação desse contrato de
embandeiramento", finalizou. André Richter/Nádia Franco, com foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil – Agência Brasil
|