09/05/2023

Ex-prefeita acusada de mandar matar jornalista e pagar com verba da saúde é inocentada na justiça



BELO HORIZONTE, MG - A ex-prefeita de Santa Luzia, Roseli Pimentel, acusada de ordenar e pagar pelo assassinato do jornalista Maurício Campos Rosa, em 2016, foi absolvida pelo júri. Todos os outros acusados pela morte também foram absolvidos. Apenas ela e Alessandro de Oliveira Souza, indiciado por contratar o atirador, foram condenados pelo crime de desvio de dinheiro público. A sentença foi dada no início da noite desta terça-feira (9/5). 

Em julgamento desde ontem, depuseram Sueli, denunciada por mandar matar o jornalista e usar dinheiro da prefeitura para pagar o assassino, Gustavo Sérgio Soares Dias, apontado por dirigir o veículo que levou o atirador. Alessandro de Oliveira Souza, acusado de contratar o assassino, Paulo César Florindo de Almeira, acusado de ter disparado os sete tiros, e David Santos de Lima, denunciado por rastrear e perseguir o jornalista no dia do crime. 

A sessão foi retomada nesta terça, por volta de 10h, e às 17h15 os jurados se reuniram para votar. Uma hora depois, a sentença foi lida pela juíza Fabiana Cardoso. Em decisão do júri, os cinco acusados foram absolvidos pelo homicídio de Maurício Campos. 

Já o crime de desvio de dinheiro público, foi atribuído somente à ex-prefeita e seu assessor, Alessandro, e ambos foram condenados. Ela a 2 anos e 9 meses em regime aberto e Alessandro Souza a dois anos e seis meses, mas as duas penas foram substituídas por prestação de serviço à comunidade e pagamento de 5 salários mínimos. Além disso, a política ficará inelegível por cinco anos. 

A decisão do tribunal de júri ainda cabe recursos.

Relembre 

O dono do jornal 'O Grito', de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi assassinado a tiros na noite de 16 de agosto de 2016. 

As investigações apontaram que a, então prefeita da cidade, Roseli Ferreira Pimentel, era a mandante e foi indiciada por homicídio duplamente qualificado pela morte do jornalista, pelo uso de verbas públicas para pagar os assassinos e por ocultar provas do crime. O crime foi motivado pela disputa eleitoral de 2016 e ela pagou R$ 20 mil para o criminoso. 

O recurso teria sido retirado da Secretaria Municipal de Saúde, mas com nota emitida pela Secretaria Municipal de Educação com a justificativa de que a verba seria utilizada para a compra de mamão destinado à merenda escolar. 

Em 2017, Roseli teve a prisão preventiva decretada. Porém, logo em seguida, um habeas corpus do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que ela fosse solta e usasse tornozeleira eletrônica. 

Entre 2017 e 2018, a chapa da prefeita foi condenada por irregularidades em financiamento de campanha. Roseli foi afastada do cargo e a Câmara de Vereadores de Santa Luzia abriu um processo de cassação do mandato. 

A ação foi extinta em maio de 2018, quando Roseli renunciou ao cargo.

EM, com fotos: Reprodução/TJMG e Youtube

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