04/05/2023
Fraudes: Bolsonaro diz que é inocente e chora ao falar dos cartões de vacinação de Michele e da filha
BRASÍLIA, DF - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se
emocionou ao falar sobre o cartão de vacinação da ex-primeira-dama Michelle
Bolsonaro, em entrevista ao Programa Pânico, da Jovem Pan, nesta quarta-feira
(3/5). Ele confessou que não se vacinou contra a Covid-19 e afirmou que apenas
sua esposa foi imunizada com a dose única Janssen, durante uma viagem para os
Estados Unidos em 2021. Bolsonaro afirmou que os agentes tiraram foto do cartão de
vacina de Michelle, sob a suspeita de fraude. “Ela passou mal logo na volta
para o Brasil. No ano passado (2022) voltou a ter uma crise e o médico falou
que era por causa da vacina, mas tudo bem”, disse o ex-presidente que continuou
justificando o cartão de vacina da sua filha mais nova, Laura Bolsonaro. “Quando a Anvisa falou que ia abrir a vacina para crianças
de 5 a 12 anos, eu liguei e falei: ‘Mas aqui está como possíveis efeitos
colaterais, entre outros, palpitação, dor no peito e falta de ar, e que a
recomendação é procurar o médico’. O que o médico faria para conter uma falta
de ar? E falaram que não sabiam. Então falei que minha filha não iria tomar uma
vacina que ainda é experimental”, explicou Bolsonaro que ressaltou um atestado
que dispensa a filha de ser vacinada. O ex-presidente também afirmou que é inocente sobre as
alegações de fraude e disse que as recentes investigações contra sua pessoa são
uma perseguição. “Eu chamo de operação para te esculachar. Podia perguntar
sobre vacina pra mim, sobre cartão, eu respondia sem problema nenhum. Por que
eu fico emocionado? Mexer comigo, sem problema, agora quando vai para esposa,
filho”. Na manhã, a Operação Venire cumpriu 26 mandados de busca e
apreensão e seis mandados de prisões preventivas, cumpridos em Brasília e no
Rio de Janeiro. As diligências buscam esclarecer a ação de associação criminosa
criada para prática dos crimes de implantação de dados falsos de vacinação
contra a COVID-19. O tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens
do ex-presidente, dois assessores especiais, seguranças do ex-presidente
Bolsonaro, e um ex-secretário de saúde do RJ foram presos. Segundo a Polícia
Federal, os fatos configuram em tese os crimes de infração de medida sanitária
preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de
informação e corrupção de menores.
Durante seu governo, Bolsonaro chegou a colocar seu cartão
de vacinação sobre sigilo de 100 anos, argumentando que se tratava de
informação pessoal, mesmo ele afirmando que não teria se vacinado contra a
COVID-19. Em fevereiro, a Controladoria-Geral da União informou que havia
iniciado uma investigação preliminar sigilosa para apurar "adulteração do
cartão de vacinação". EM, com foto: Isac Nóbrega/PR
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