27/04/2023
Polícia já tem principal pista para saber quem vazou fotos da autópsia de Marília Mendonça
BELO HORIZONTE, MG - Duas semanas depois do vazamento,
policiais de Minas Gerais continuam a investigação para descobrir quem foi o
responsável pela divulgação das fotografias da autópsia da cantora Marília
Mendonça. Uma fonte da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) revelou ao Estado
de Minas a principal suspeita que está conduzindo a linha de investigação. O
jornal publicou a informação com exclusividade. O registro de prints (fotos instantâneas) de telas de
computadores de terminais policiais é a principal hipótese para explicar como
se deu o vazamento das fotos da necrópsia da artista sertaneja. Oficialmente, a
instituição não comenta a investigação interna sobre vazamento de elementos sob
sua guarda. A fonte consultada pela reportagem revelou que outros
métodos, como o uso de smartphones para registrar e divulgar criminosamente
pelas redes sociais as fotos da perícia no corpo ou mesmo o reaproveitamento
dos cartões de memória das câmeras do Instituto Médico-Legal (IML) de
Caratinga, no interior de Minas, estariam praticamente descartados. Consultada oficialmente pela reportagem, a PCMG afirmou que
não se manifestará neste momento da apuração do crime. “O procedimento de
apuração tramita, em sigilo, na Corregedoria-Geral da instituição. Com o
avançar dos trabalhos investigativos, novas informações serão divulgadas”,
informou. Identificada a forma do vazamento, a investigação se
concentrará no responsável pelo crime. A forma mais promissora para encontrar
quem vazou as fotos pelas redes sociais é por denúncias anônimas ou pelo
rastreamento reverso de quem as comercializou ou distribuiu. Um suspeito já foi
preso por esse motivo, em Santa Maria, no Distrito Federal, no último dia 17. No dia 13 de abril deste ano, a assessoria de imprensa da
cantora informou ter reconhecido que fotos dos exames de necropsia realizados
no corpo entre o material que circula e é negociado por redes sociais. A
cantora e mais quatro pessoas estavam em um avião que caiu depois de se chocar
contra linhas de alta tensão no dia 5 de novembro de 2021, em Caratinga. Todos
morreram. De acordo com a fonte ouvida pela reportagem, o uso de
telefones celulares para registar as imagens ou capturar os trabalhos não teria
sido possível durante os trabalhos devido a cuidados que a equipe policial
tomou antes. "O acesso de todos ao IML de Caratinga e à funerária foi
muito rigoroso. Só entrava quem deixasse o seu smartphone em sacolas separadas
e lacradas da PCMG, na recepção dos prédios. As pessoas só os recebiam de volta quando saíam. tinha até
seguranças da artista nos prédios, junto com familiares. Pelas imagens
consideradas originais também foi possível concluir que a maioria das fotos de
melhor resolução não foram fotos de telas, mas cópias ou prints, pelo menos
quatro delas com elementos facilmente identificados como sendo da PCMG",
afirma a fonte. O vazamento por meio dos cartões de memória também é
improvável, uma vez que os equipamentos são de guarda exclusiva da equipe do
IML e demandariam posse do drive correto e utilização de softwares de
recuperação de imagens, uma vez que a estocagem dessas fotografias costuma ser
transitória, até que sejam descarregadas no sistema para que o cartão seja
usado de novo, explicou a fonte policial. Até o momento, um homem de 22 anos, identificado como Felipe
Alves, foi detido em Santa Maria, no Distrito Federal, suspeito de ter
negociado as fotografias da necrópsia de Marília, bem como de outras
celebridades que morreram, como os cantores Cristiano Araújo e Gabriel Diniz.
Ele pode ser um dos elos da investigação sobre a origem do vazamento e responde
por vilipêndio a cadáver, um crime previsto no art. 212 do código penal para
quem humilha ou menospreza um cadáver. A pena em caso de condenação é de um a
três anos, além do pagamento de multa. Na segunda-feira (17), o Tribunal de Justiça do Estado de
Goiás determinou que várias plataformas de redes sociais, como Twitter,
Instagram e Facebook apaguem fotos do corpo da artista.
Advogado da família
O advogado que defende a família de Marília Mendonça, Robson
Cunha, informou que acompanha os desdobramentos sobre o vazamento das fotos e
que vai acionar os responsáveis pela distribuição, venda e demais crimes
legalmente.
“(Sobre o vazamento ser originário de terminais policiais em
Minas Gerais) Não tenho nenhuma informação sobre isso. Soube que há um
procedimento administrativo em andamento (na PCMG) e que está sob sigilo. Vamos
aguardar”, disse. EM, com foto: Reprodução/Instagram
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