04/03/2021
Brasil deixa ranking das 10 maiores economias mundiais e cai para 12º, após queda do PIB
Com a queda de 4,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020,
o Brasil deixou o ranking das 10 maiores economias do mundo. As contas do
economista-chefe da agência de classificação de risco Austin Rating, Alex
Agostini, mostram que o País passou para o 12.º lugar, com participação de 1,6%
no PIB global. Em 2011, o País era a sétima maior economia do mundo,
posição que ocupou até 2014. Quando veio a recessão de 2015 e 2016, o Brasil
perdeu duas posições nesse ranking, passando para o oitavo lugar em 2017 e para
o nono, nos dois últimos anos. Os dados confirmam as projeções feitas em outubro pelo FMI
para 2020: com a crise da covid-19 e seus impactos na economia mundial, o PIB
do Brasil passaria de US$ 1,8 trilhão para US$ 1,4 trilhão até o fim do ano
passado - o que levaria a economia brasileira a ser ultrapassada por Rússia,
Coreia do Sul e Canadá, o que de fato ocorreu. Para 2021, a estimativa é que o
País desça ao 14.º lugar. No ranking de crescimento econômico de 50 países em 2020, o
Brasil está em 21.º lugar. Ainda assim, o tombo da economia brasileira foi
menor que o da média desses países (-4,8%), mas acima da verificada no mundo
(-3,5%). Apenas três países terminaram o ano marcado pela pandemia da covid-19
no azul: Taiwan, China e Turquia. Com o resultado do PIB divulgado nesta quarta-feira, 3, pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil ficou logo
atrás de Bulgária, Romênia e Holanda (todos com -3,8%), Letônia (-3,6%) e
Estados Unidos, que aparece na 16.ª posição, com uma queda de 3,5% no PIB
anual. Entre os países da América do Sul listados, a Colômbia está no 38.º
lugar, com um recuo de 6,8% no PIB, e o Peru ocupa a lanterna do ranking, com
uma perda de 11,1%. Os três primeiros lugares do levantamento são ocupados por
Taiwan (+3,1%), China (+2,0%) e Turquia (+1,6%), únicas economias que cresceram
no ano passado. No quarto trimestre, entretanto, essas economias já
demonstraram um crescimento mais contido. A China, por exemplo, cresceu 2,6%
ante o terceiro trimestre, passando ao 15.º lugar na base trimestral. O gigante
asiático foi o único país do mundo onde a crise começou antes - epicentro da
pandemia, registrou o tombo no PIB no primeiro trimestre, enquanto o segundo já
foi de recuperação. A economia brasileira foi impulsionada pelo auxílio
emergencial e cresceu 3,2% nos três últimos meses do ano passado, ficando na
11.ª posição do ranking trimestral. Atingida por uma primeira e depois uma
segunda onda fortes da covid-19, a zona do euro teve o pior desempenho em 2020
por região, com uma queda média das economias de 7,2%.
Para 2021 a Austin projeta um crescimento de 3,3% do PIB
brasileiro, mas não há motivos para comemorar. “Em 2021 o País vai crescer por
efeito estatístico, mas e depois? Provavelmente vamos voltar para a gangorra
econômica, porque falta um ambiente político coeso. Em termos estruturais, isto
é, fiscal, reformas, atração de investimento, vamos avançar pouco. Tudo isso
compromete o crescimento de longo prazo”, diz Agostini, responsável pelo
levantamento desde 2008. A estimativa para o PIB global neste ano é de avanço
de 5,5%, enquanto no Brics a média é de 7,6% - ou seja, o Brasil puxa o
resultado para baixo.] Estadão
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