22/04/2023
Moraes determina quebra do sigilo de imagens da invasão do Palácio do Planalto
BRASÍLIA, DF - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo
Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira (21) a quebra do sigilo
das imagens do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) captadas durante a
invasão do Palácio do Planalto em 8 de janeiro. Com a decisão, todas as
gravações deverão ser enviadas para investigação que está em andamento da
Corte. A determinação foi tomada após a gestão interina do GSI
informar ao Supremo que uma sindicância foi aberta em 26 de janeiro pelo órgão
para apurar a condutar de agentes que estavam em serviço, mas as imagens da
ação dos vândalos não foram divulgadas em função do sigilo da investigação. Na mesma decisão, Moraes também mandou que a Polícia Federal
(PF) realize, em 48 horas, o depoimento de todos os funcionários do GSI que
foram identificados após gravações divulgadas pela CNN Brasil mostrarem o
ex-ministro do GSI Gonçalves Dias e outros servidores no interior do Palácio do
Planalto durante os atos golpistas. Na decisão, o ministro afirmou que já havia determinado que
todas as imagens da invasão deveriam ser anexadas à investigação dos atos que
tramita no Supremo. Responsabilidade Para Moraes, as gravações são necessárias para apurar a
responsabilidade criminal dos envolvidos. "Portanto, inexiste sigilo das imagens, com base na Lei
de Acesso à Informação, sobretudo por serem absolutamente necessárias à tutela
jurisdicional dos direitos fundamentais, ao regime democrático e republicano,
que foram covardemente desrespeitados no ataque criminoso à nossa democracia, no
dia 8/01/2023", escreveu o ministro. Alexandre de Moraes ressaltou que a investigação sobre os
atos golpistas também apura as responsabilidades de agentes civis e militares
que foram coniventes com os atos. "A investigação dos atos golpistas não está restrita
somente aos indivíduos e agentes públicos civis e militares que criminosamente
pretenderam causar ruptura do Estado Democrático de Direito, na tentativa de
violação de direitos fundamentais e na separação de poderes, mas, também, na
identificação e responsabilização das condutas de todos aqueles, inclusive de
agentes públicos civis e militares, que, durante a consumação das infrações
penais do dia 8/1 ou, posteriormente, comissiva ou omissivamente, foram
coniventes ou deixaram de exercer suas atribuições legais", concluiu. Mais cedo, o ex-ministro do GSI Gonçalves Dias prestou
depoimento à Polícia Federal (PF), em Brasília.
O depoimento foi determinado ontem (20) pelo ministro
Alexandre de Moraes, que deu prazo de 48 horas para que o depoimento fosse
realizado. André Richter/Heloisa Cristaldo, com foto: Rovena Rosa – Agência Brasil
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