21/04/2023
‘Lanche Kids’ revela perfil dos alimentos consumidos pelas crianças; nutricionista faz alerta
JOÃO PESSOA, PB - O Procon-PB, por meio do Setor de Pesquisa
e Estatística, divulgou recente levantamento de preços dos lanches mais
consumidos pelas crianças na capital paraibana. Intitulado ‘Lanche Kids’, o
documento conta com 142 itens pesquisados. Biscoitos doces recheados, cookies,
salgadinhos, iogurtes e leites fermentados lideram o ranking. Alimentos facilmente encontrados em supermercados, padarias
e lojas de conveniência. O problema é que produtos como esses, que tanto atraem
os olhares das crianças, praticamente não têm valor nutricional e ainda
contribuem para a obesidade infantil. De acordo com o Ministério da Saúde, no país, a estimativa é
de que 6,4 milhões de crianças tenham excesso de peso e 3,1 milhões já tenham
evoluído para a obesidade. A doença afeta 13,2% das crianças entre cinco e nove
anos acompanhadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Nessa faixa-etária, 28%
das crianças apresentam excesso de peso, um sinal de alerta para o risco de
obesidade ainda na infância ou no futuro.
Entre os menores de cinco anos, o índice de sobrepeso é de
14,8%, sendo 7% já apresentando obesidade. Os dados são de 2019, última
pesquisa antes da pandemia. A participação dos
pais e da escola Atividade física, acompanhamento nutricional e o apoio dos
pais e das escolas são fundamentais para a prevenção contra a obesidade
infantil. A nutricionista Marina Bertato, responsável pelos cardápios do
Colégio Vila, explica que a pesquisa do Procon-PB é um reflexo de muitos pais e
responsáveis, que ainda não priorizam a qualidade da alimentação da criança,
talvez pelas demandas do dia a dia ou pela falta de conhecimento. No entanto,
há uma outra parcela que demonstra grande preocupação nesse processo alimentar.
“Sabendo que a formação do hábito alimentar se dá na
infância, é importante escolher bem os alimentos que as crianças irão consumir.
Elas precisam não apenas comer, mas aprender a se envolver nesse processo para
realizar boas escolhas e crescer com saúde”. Para os pais que não têm tempo para a organização da
lancheira, a escola oferece todas as refeições durante a permanência do aluno:
lanches, almoço e jantar. Refeições preparadas na cozinha do próprio colégio,
com acompanhamento diário da equipe de nutrição. “Pensando nesse cuidado,
alguns alimentos não são comercializados na cantina, tais como: refrigerantes,
balas, pirulitos, chicletes, chocolates, frituras, salgadinhos de pacote,
biscoitos simples ou recheados. E para driblar as “besteiras” que as crianças tanto gostam,
foi implementado um trabalho de educação nutricional realizado em sala de aula
para alunos da Educação Infantil até o 5º ano do fundamental. “O objetivo é
levar conhecimento aos alunos e suas famílias sobre a importância dos hábitos
alimentares saudáveis, dentro e fora do ambiente escolar. Sempre com a intenção
de motivar e incentivar a adoção de uma alimentação saudável, que inclui o
consumo de alimentos in natura, vegetais e frutas; evitando açúcar até os dois
anos de idade e após esse período o consumo com muita moderação”, explica
Marina. A nutricionista ainda reforça que os alimentos
ultraprocessados, fast-food e snacks não saudáveis também devem ser evitados, a
fim de consolidar o hábito alimentar. “Uma criança exposta a alimentos
ultraprocessados, excesso de açúcar e gordura, e fast-food na infância,
apresenta maior dificuldade em mudar seu hábito na fase da adolescência e,
principalmente, na fase adulta. Além disso, fica o alerta para o surgimento de
doenças como a obesidade infantil, diabetes, hipertensão etc”, esclarece. Quando a criança não
aceita alimentos saudáveis A nutricionista explica que mesmo que o aluno precise mudar
completamente os hábitos alimentares, é possível conseguir através de um
ambiente inspirador, em que a família é o principal exemplo dentro de casa.
Assim, a criança ou adolescente pode reaprender novas práticas alimentares e
construir um padrão de alimentação bem diferente ao que foi exposto até então. “Acredito que com determinação, força de vontade e,
principalmente, bons exemplos próximos a eles, esse novo hábito alimentar será
construído e solidificado dentro do contexto familiar e escolar”.
A pesquisa Lanche Kids, do Procon-PB, está disponível (CLIQUE AQUI). Assessoria, com foto: Katerina Holmes/Pexels
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