15/04/2023
Empresário é indiciado por encomendar morte do irmão em briga por herança de grupo farmacêutico
PARNAÍBA, PI - A Polícia Civil indiciou o empresário Gerardo
Pontes Cavalcante Neto pelo assassinato do próprio irmão, Janes Cavalcante
Castro, em Parnaíba, Litoral do Piauí. A motivação seria briga por herança da
família, proprietária de grupo farmacêutico, conforme o inquérito. Segundo o delegado Maikon Kaestner, responsável pelo caso,
Gerardo Cavalcante Neto foi o mandante do crime. Ele foi indiciado pelo
homicídio qualificado pela 'paga ou promessa de recompensa e por recurso que
impossibilitou a defesa da vítima, e por lavagem de dinheiro'. Outras quatro pessoas também foram indiciadas pelo crime
ocorrido em setembro de 2020, em Parnaíba, Litoral do Piauí. O g1 não conseguiu
contato com as defesas dos indiciados no processo. Confira a participação dos demais envolvidos, segundo a
investigação: Flávio Leal dos
Santos: foi o responsável por distribuir, organizar e pagar os pistoleiros
que vieram de Pernambuco e Alagoas. Conforme a investigação, ele recebeu
repasses financeiros ao longo do ano até logo após a morte de Janes, advindos
de contas de Gerardo, seu sócio. Carla Mariah Galeno
de Melo Leal: esposa e cúmplice de Flávio Leal, emprestou sua conta para o
marido poder usar nas transferências e receber dinheiro do crime. Igor Fernandez: emprestava
o nome para cadastrar terminais telefônicos usados no crime, assim como para
ocultar bens oriundos de atividades ilícitas. Elisabeth Ruth
Rangel: responsável por ocultar os bens do casal, efetuar os pagamentos
para os pistoleiros. No inquérito, o delegado relatou que Gerardo por vezes
tentou interferir diretamente na investigação, incluindo a participação da sua
esposa, que era chefe da 1ª Vara Criminal do Juri de Parnaíba, para qual eram
solicitadas quebras de sigilo telefônico e bancária para apuração policial, no
entanto, não eram concedidas. A partir da interceptação telefônica e bancária do sócio de
Gerardo, Flávio Leal, a investigação chegou no primeiro vínculo direto do
núcleo executor com a vítima Janes Castro. "Para esclarecer os fatos, foi necessário ouvir os
familiares e os funcionários da empresa da família, pois duas transferências
que partiram do Grupo Empresarial chamaram a atenção da investigação",
destacou o delegado. Diante das provas, o delegado Maikon Kaestner solicitou a
prisão preventiva de Mário Roberto Bezerra Correia, Elisabeth Ruth Rangel,
Flávio Leal dos Santos e Gerardo Pontes Cavalcante Neto e Carla Mariah Galeno
de Melo Leal. "Eles mentiram e em liberdade podem continuar a
destruir provas, tentaram interferir diretamente na investigação, visto que
soltos colocam a aplicação da lei penal, a garantia da ordem pública em questão
e até a vida de outros familiares em risco", concluiu. Morte do empresário O empresário foi morto a tiros, dentro de um carro, no dia
18 de setembro de 2020, em Parnaíba. No dia do crime, a Polícia Militar
informou que dois homens em uma moto perseguiram e efetuaram diversos disparos
de arma de fogo contra a vítima, que morreu no local. Pelo menos seis cartuchos de munição calibre 380 foram
encontrados no chão, no local do crime. Quase um ano depois, no dia 6 de
setembro de 2021, Evando Tenório Brito, apontado como líder do grupo criminoso
responsável pela morte de Janes Castro, foi preso em Alagoinha, no Pernambuco. Em abril de 2021, pelo menos seis dos acusados foram presos
pela Polícia Civil durante a Operação Sicário. Na época, a polícia apontou
Mário Roberto Bezerra como mandante do crime. Segundo a Polícia Civil, ele teria pago R$ 200 mil pelo
assassinato do empresário. O delegado João Rodrigo Luna afirmou, na época, que
a morte de Janes Castro foi encomendada porque ele teria dívidas com os
envolvidos no crime.
Em fevereiro de 2022, 10 pessoas acusadas de matar o
empresário Janes Cavalcante Castro passam por audiência de instrução e
julgamento. Quatro réus do processo foram postos em liberdade. g1, com foto: Reprodução/Redes Sociais
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