14/04/2023
Ministério Público Eleitoral se manifesta pela inelegibilidade de Bolsonaro; veja alegações
BRASÍLIA, DF - O Ministério Público Eleitoral (MPE), ao se
manifestar pela inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou que o
discurso contra as urnas eletrônicas e contra a legitimidade das eleições se
refletiu nos atos golpistas de 8 de janeiro. "Depois das eleições, percebeu-se uma inédita
mobilização de parcelas da população que rejeitavam aberta e publicamente o
resultado do pleito, por não serem legítimas", afirmou o
vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet. "Estão ainda muito presentes e nítidas as imagens do
dia 8 de janeiro último de destruição e de acintosa violência aos poderes
constituídos. A gravidade do discurso contra a confiabilidade do sistema de
votação eletrônica não poderia ter mais expressiva exposição", completou. O MPE se manifestou em uma ação, que corre no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), apresentada pelo PDT. O partido questionou na Corte Eleitoral a conduta de
Bolsonaro em uma reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada. Então
presidente e pré-candidato, Bolsonaro fez declarações sem prova que colocavam
em dúvida a segurança das urnas e do processo eleitoral. Caso condenado, Bolsonaro pode ficar inelegível. Abuso de poder De acordo com o procurador, houve abuso de poder por parte
de Bolsonaro. Segundo Gonet, o presidente não poderia ter usado recursos do
Estado para propagar informações falsas sobre as eleições.
"A busca do benefício pessoal também foi tornada clara.
O uso de recursos estatais para a atividade da mesma forma está estampado nos
autos. Todo o evento foi montado para que o pronunciamento se revelasse como
manifestação do Presidente da República, chefe de Estado, daí a chamada de
embaixadores estrangeiros e o ambiente oficial em que a reunião ocorreu. O
abuso do poder político está positivado", escreveu o procurador. g1, com foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Câmara
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