12/04/2023
Vendas do varejo crescem 3,8% em janeiro e batem recorde para o mês, segundo pesquisa do IBGE
BRASÍLIA, DF - As vendas no comércio varejista no país
cresceram 3,8% de dezembro para janeiro, a maior variação para o mês desde o
início da série histórica, em 2000. Em relação a janeiro de 2022, o aumento foi
de 2,6%, o sexto positivo consecutivo neste tipo de comparação. No indicador
acumulado nos últimos 12 meses, a alta foi de 1,3%. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada
nesta quarta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Esta é a primeira divulgação da nova série da pesquisa, que passou por
atualizações na seleção da amostra de empresas, ajustes nos pesos dos produtos
e das atividades, além de alterações metodológicas, para retratar mudanças econômicas
da sociedade. O aumento apresentado em janeiro também é o maior para
qualquer mês desde julho de 2021, quando houve alta de 3,9%. Segundo o gerente
da pesquisa, Cristiano Santos, cada mês tem sua especificidade no setor, mas
ele destacou que desde setembro (1,1%) o volume de vendas no varejo não
registrava alta. “É um resultado importante, porque o comércio vinha de
resultados negativos ou estabilidade”, afirmou, em nota. A alta do mês foi disseminada entre as atividades
pesquisadas, já que sete das oito tiveram crescimento em janeiro. Destaque para
o setor de tecidos, vestuário e calçados, que aumentou 27,9% após quatro meses
de queda. Outro grupo que influenciou no resultado do varejo nacional
foi o de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com
aumento de 2,3% após dois meses de diminuição no volume de vendas. “Ambos os setores sinalizam uma recuperação em janeiro. Pelo
resultado de dezembro, é possível considerar que movimentos como Black Friday e
o Natal não foram positivos para as duas atividades. Com as quedas anteriores e
a base de comparação mais baixa, houve um crescimento importante em janeiro,
motivado principalmente por iniciativas pós-Natal”, disse Santos. O único setor que registrou queda nas vendas em janeiro foi
o de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-1,2%), que
já vinha de trajetória de perdas em dezembro (-0,5%). “Esse movimento foi muito
influenciado por cosméticos e perfumaria, que seguem em queda e têm variações
mais sensíveis, já que os artigos médicos e farmacêuticos costumam ter
trajetória mais estável”, afirmou o pesquisador. Varejo ampliado varia 0,2% A PMC também investiga o volume de vendas do comércio
varejista ampliado, que teve variação de 0,2% em relação a dezembro de 2022 e
de 0,5% contra janeiro de 2022. Esse índice, além das oito atividades
pesquisadas, ainda inclui os setores de veículos, motos, partes e peças; o de
material de construção e, o grupamento estreante de atacado especializado em
alimentos, bebidas e fumo, incluído após as atualizações e alterações
anunciadas pelo IBGE em março. Com o resultado de janeiro, o comércio varejista ampliado
inverte a trajetória de queda registrada nos últimos dois meses (-1,4% em
novembro e -0,6% em dezembro de 2022). O índice de janeiro faz com que o varejo
nacional esteja 3,3% acima do patamar pré-pandemia de covid-19 (de fevereiro de
2020). "Embora acima, esse índice não está alto, considerando
que já são quase três anos. E o comércio ainda tem mais atividades abaixo do
patamar pré-pandemia. Ao todo, são seis, como é o caso do varejo ampliado, cujo
volume de vendas está 1,3% menor que em fevereiro de 2020”, disse. Na comparação de janeiro de 2023 com janeiro de 2022, a alta
de 2,6% no volume de vendas inclui seis das oito atividades pesquisadas, com
destaque para combustíveis e lubrificantes (26,7%), Livros, jornais, revistas e
papelaria (15,2%) e Equipamentos e material para escritório, informática e
comunicação (14,8%).
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria
(-7,6%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-6,5%) apresentaram taxa
negativa no confronto interanual. Já no comércio varejista ampliado, veículos,
motos, partes e peças cresceram 4,4% enquanto material de construção teve
aumento de 1,1%. O atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo teve queda,
de 0,9%. Ana Cristina Campos/Juliana Andrade, com foto: Tânia Rêgo – Agência Brasil
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