07/03/2023
Documento mostra que Bolsonaro recebeu pessoalmente joias que entraram ilegalmente no país
BRASÍLIA, DF - O segundo pacote de joias trazido pela
comitiva do Ministério de Minas e Energia foi entregue pessoalmente a Jair
Bolsonaro (PL) em novembro do ano passado. Documento divulgado pelo jornal O
Estado de S. Paulo nesta terça-feira (7/3) mostra que declaração atestando o
recebimento dos itens foi visualizada pelo ex-presidente (o documento está publicado ao final desta matéria). O documento ao qual o jornal teve acesso aponta que o
estojo, até então de paradeiro desconhecido, continha um relógio com pulseira
de couro, um par de abotoaduras, uma caneta rose gold e um anel, todos da marca
suíça Chopard. Além de citar o conteúdo do pacote, o documento tem a
assinatura do funcionário Rodrigo Carlos do Santos em 29 de novembro do ano
passado e um campo assinalado positivamente para a questão “visualizado pelo
presidente?”. Joias Segundo a apuração do jornal paulistano, as joias trazidas
pelo então ministro Bento Albuquerque em 2021 ficaram por mais de um ano nos
cofres do Ministério de Minas e Energia. No mesmo voo em que o estojo foi
transportado ao Brasil, um outro conjunto com colar, brincos relógio e anel
avaliado em R$ 11,5 milhões chegou ao país, mas foi apreendido pela Receita
Federal quando um assessor do ministro tentou entrar ilegalmente com elas em
território nacional. No mesmo voo, estava o assessor do ministro com outro estojo
da marca Chopard, contendo um colar, um par de brincos, relógio e anel
estimados em 3 milhões de euros (R$ 11,5 milhões). Essas peças, porém, foram
apreendidas pela Receita Federal quando o assessor do ministro também tentou
entrar com elas ilegalmente no país, como revelou o Estadão. No sábado (4/3), Jair Bolsonaro negou que recebeu as joias e
que elas foram trazidas de forma ilegal. O ex-presidente também desmentiu a
hipótese de que os presentes seriam destinados à Michelle Bolsonaro. A legislação determina que presentes trocados entre países,
como o caso das joias oriundas do governo saudita, devem ser direcionados ao
acervo público.
Também nesta terça-feira, o portal G1 publicou que agentes
da Polícia Federal descobriram que o segundo pacote de joias sauditas foi
listado como acervo privado de Bolsonaro. A PF ouvirá os funcionários que
fizeram o transporte dos itens e vai apurar se o ex-presidente os levou para
fora do país. Veja o documento:
EM, com fotos: Reprodução/TV Globo
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