01/03/2023
Por 12 X 3: CNJ abre investigação e afasta juiz Marcelo Bretas por desvio de conduta na análise de processos
BRASÍLIA, DF - O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu,
nesta terça-feira (28), afastar do cargo o juiz federal Marcelo Bretas, por
suposto desvio de conduta na análise de processos. O CNJ também instaurou
procedimento para investigar o juiz. Bretas atuou na Operação Lava Jato no Rio de Janeiro. Em
nota divulgada após a decisão do CNJ, ele afirmou que "sempre atuou na
forma da lei para a realização da Justiça. E que não pode comentar a decisão do
CNJ pois a ela não teve acesso, uma vez que foi tomada em sessão sigilosa". A decisão do CNJ, por 12 votos a 3, levou em conta a conduta
de Bretas como juiz criminal, segundo integrantes do CNJ. No conselho, havia
três procedimentos abertos sobre o juiz. O primeiro item era uma reclamação disciplinar ajuizada pela
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que questionou acordo de colaboração
premiada celebrado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo a OAB, o
juiz e o Ministério Público negociaram penas, orientaram advogados e combinaram
estratégias. O segundo é uma reclamação feita pelo prefeito do Rio de
Janeiro, Eduardo Paes. O prefeito alega que o juiz atuou para prejudicá-lo na
disputa eleitoral para o governo do estado em 2018. À época, Bretas chamou para uma audiência Alexandre Pinto,
ex-secretário municipal de Obras do Rio. Pinto acusou o prefeito do Rio de
participar em um esquema de propinas no plano de infraestrutura das Olimpíadas
de 2016. O terceiro processo é uma reclamação disciplinar instaurada
pelo corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão. O CNJ encontrou dados
em computadores corporativos do magistrado que dão indícios de supostas
“deficiências graves dos serviços judiciais e auxiliares, das serventias e dos
órgãos prestadores de serviços notariais e de registros”. Próximos passos Agora que o processo administrativo foi aberto para
investigar a conduta de Bretas, o CNJ vai designar um conselheiro para ser o
relator. Ele vai ser responsável por ouvir o investigado e as testemunhas.
Por fim, o relator apresenta um voto no plenário do CNJ.
Dependendo do voto do relator, e se ele foi acompanhado
pelos demais conselheiros, Bretas pode até ser punido com a aposentadoria
compulsória (quando ele sai do cargo, mas mantém o salário). g1,com foto: Reprodução/Instagram
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