20/02/2023
40% do total de contribuintes deixarão de pagar imposto de renda com nova faixa de isenção
SÃO PAULO, SP – A Receita Federal calculou que mais de 10
milhões de pessoas vão deixar de pagar o Imposto de Renda com a nova faixa de
isenção. O governo federal definiu que a nova faixa de isenção vai
passar a valer a partir de maio. A medida vai beneficiar quem tiver salário de
até R$ 2.640. Esse valor vai corresponder a dois salários mínimos, já que o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o mínimo vai ser reajustado
para R$ 1.320. Segundo a Receita Federal, 13,7 milhões pessoas deixarão de
pagar o Imposto de Renda — 40% do total de contribuintes. A Receita criou um
mecanismo para que esse benefício custe menos para os cofres públicos. A faixa de isenção da tabela do Imposto de Renda vai passar
de R$ 1.903 para R$ 2.112. Como a tabela do IR é progressiva, na prática,
significa que todos os contribuintes, independentemente de quanto ganham, não
vão pagar imposto sobre essa fatia. Para conceder a isenção total, até o salário de R$ 2.640,
vai ser aplicado, a partir de maio, um desconto automático de R$ 528 sobre o
imposto que seria devido pelo empregado. Ou seja, nada de IR será descontado
sobre essa fatia. O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas,
afirmou que o objetivo desse mecanismo novo é reduzir a perda de arrecadação
com o imposto. Embora todos os contribuintes sejam beneficiados pelo aumento da
faixa de isenção da tabela do IR, o desconto automático vai ser direcionado
para quem ganha menos. “No sistema que estamos apresentando, quem ganha, por
exemplo, R$ 10 mil, ele vai ter o benefício da faixa de R$ 2.112. Ele vai ser
beneficiado também, mas ele não vai optar por fazer a dedução de R$ 528, porque
a legislação atual já permite uma dedução maior para essas faixas maiores.
Dedução, por exemplo, da contribuição à previdência social, eventualmente a
dedução pelo número de dependentes, eventualmente uma dedução pelo pagamento de
pensão alimentar. Então, a metodologia que nós estamos utilizando concede o
benefício para quem ganha até dois salários mínimos com responsabilidade
fiscal, sem prejudicar as contas públicas”, afirma. O secretário calcula que a medida vai custar R$ 3,2 bilhões
neste ano e R$ 6 bilhões em 2024, e reforçou que o contribuinte que ganhar até
dois salários mínimos não vai ter que tomar nenhuma medida. A isenção do IR
será automática. “Esse mecanismo permite que o beneficiário, a brasileira e o
brasileiro que ganha até dois salários mínimos, eles sintam no bolso o
benefício imediatamente. Eles não vão ter nenhum abatimento, nenhuma dedução na
fonte de Imposto de Renda, aquele desconto que vem no contracheque do salário.
Não vai ter nenhum abatimento e não vão precisar também pagar nada na declaração
de ajuste anual do ano seguinte. Então é totalmente simplificado. O
contribuinte não precisa fazer nada. Ele, simplesmente, não vai pagar Imposto
de Renda até essa faixa de R$ 2.640”, explica Barreirinhas.
Essa isenção vai ser feita por medida provisória que deve
ser editada nos próximos dias e precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional em
até 120 dias. JN/g1, com foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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