04/02/2023
Mulher resolveu gravar o próprio estupro para provar crime após filhos serem espancados
PRAIA GRANDE, SP - A mulher que filmou o próprio estupro
praticado pelo marido em Praia Grande, no litoral de São Paulo, revelou nesta
quinta-feira (2) que os filhos também eram espancados frequentemente pelo
empresário Ricardo Guerreiro, de 46 anos. De acordo com Juliana Guerreiro, de
34 anos, as agressões eram frequentes e cada vez mais violentas. Guerreiro
acabou sendo preso após as denúncias. Em entrevista para a TV Tribuna, afiliada da TV Globo na
Baixada Santista e no Vale do Ribeira, Juliana, que optou por mostrar o rosto
durante a reportagem, explicou ter começado a namorar com Ricardo em 2018. "A gente viajava bastante, ele era um homem cuidadoso,
muito preocupado, muito amoroso". Os dois casaram no ano seguinte, quando
começaram as agressões. Juliana conta que estava grávida de três meses quando
apanhou pela primeira vez, no aniversário dela, quando eles saíram para
comemorar com amigos e ele achou que ela estava rindo de uma piada. "Ele veio me xingando, querendo brigar e, de repente,
ele começou a me dar um monte de soco. Ele saiu me socando do quarto dele até o
quarto de frente, que é do filho dele." Após a morte da mãe dela, em 2021, os ataques aumentaram.
Ela conta que tomava antidepressivo, tinha muito sono, enjoo e tontura. Nesta
época começaram os episódios de estupro. "Ele me acordava a força, me arrastava pela cama,
cheguei a acordar e ter o lençol sangrando", diz. Os registros foram
feitos por câmeras de monitoramento instaladas por Ricardo no quarto do casal. Juliana diz ainda que ele a ameaçava por mensagens e que ela
tinha muito medo. A mulher começou a ter coragem de denunciar depois que ele
passou a ser agressivo também com os filhos dela. Em uma ocasião, ela resolveu sair do apartamento do casal,
após ver que o ex-marido queria brigar com ela. "Quando eu olho pelas câmeras, ele estava tratando mal
o meu filho mais velho. Eu tenho a filmagem, inclusive. Aí eu falei: meu filho
não vai sofrer o que eu sofri. A gente aguenta, mas a gente não deseja para o
filho. O pequeno, que é nosso, ele bateu bastante. Marcas de mão desde a
costela até o bumbum dele."
Juliana revelou sofrer diversas ameaças de morte por
mensagens de texto e vídeos. Um vídeo obtido pelo g1 mostra um dos episódios
(veja o vídeo abaixo). Nele, o agressor filma a própria mão enquanto faz gestos
obscenos, a ofende e choca ao dizer: "É mais fácil eu usar essa mão aqui
para te esfaquear do que para poder te pagar alguma coisa". g1, com fotos: Reprodução/Redes Sociais
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