01/02/2023
Com 49 votos a favor e 32 contra, Rodrigo Pacheco é reeleito presidente do Senado
BRASÍLIA, DF - O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) continuará
no comando do Senado no biênio 2023/2024. Ele venceu a eleição para presidente
da Casa realizada nesta quarta-feira (1º), com 49 votos, ficando à frente de
seu adversário, Rogério Marinho (PL-RN), que obteve o apoio de outros 32
parlamentares, inclusive de Eduardo Girão (Podemos-CE), que também era
candidato, mas desistiu da disputa durante a sessão. A escolha foi feita após a posse dos 27 eleitos em outubro,
de acordo com procedimentos definidos pelo Regimento Interno. A votação,
secreta e realizada em cédulas de papel, foi comandada pelo atual
vice-presidente Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) e exigiu a presença da maioria
absoluta dos parlamentares, ou seja, 41, mesmo número necessário para a escolha
do presidente. Se nenhum deles obtivesse tal marca, haveria novo turno de
votação. Falta definir agora o restante da Mesa, da qual fazem parte
também o primeiro e segundo-vice-presidentes e primeiro, segundo, terceiro
e quarto-secretários com seus suplentes. A escolha será feita em nova reunião
preparatória, prevista para esta quinta-feira (2), às 10h. Compromissos Antes da votação, ao pedir o apoio dos demais parlamentares,
o senador Rodrigo Pacheco lembrou alguns de seus feitos nos primeiros dois
anos de comando da Casa, como a criação da Comissão de Segurança Pública, a
atuação do Senado nos tempos de pandemia e projetos importantes aprovados. Pacheco destacou a produção legislativa da Casa durante a
sua gestão, afirmou que defenderá as prerrogativas dos senadores e apontou como
prioridades a reforma tributária, o enxugamento da máquina pública e novas
regras fiscais. — Pauta-bomba, perseguição, exigências e chantagens não
aconteceram na minha presidência. O que houve foi uma relação cooperativa com
outros poderes e instituições — acrescentou. Rodrigo Pacheco também defendeu que o Senado estabeleça
sua “independência devida” em relação ao Executivo e que encontre soluções
legislativas para conflitos de competência com o Judiciário. Ele disse que
atuará por um Senado sem “revanchismos”, mas capaz de se impor. — Um Senado que se subjuga é um Senado covarde. Não
permitiremos. Nós devemos cumprir nosso papel de solucionar problemas através
da nossa capacidade e dever de legislar. O recém-eleito ainda prometeu defender as prerrogativas dos
parlamentares e condições plenas para o exercício dos mandatos. — O senador que sofrer algum tipo de perseguição,
revanchismo ou retaliação merecerá pronta resistência, seja contra quem for. As
prerrogativas e imunidades serão sempre defendidas pela Presidência, porque é
uma obrigação do presidente — garantiu. Alternância Já Rogério Marinho, adversário de Pacheco, buscou convencer
os parlamentares alegando que a alternância de poder oxigena a democracia
e permite oportunidade a todos. Segundo Marinho, nos últimos anos, as comissões
temáticas funcionaram mal, projetos foram levados diretamente ao Plenário e
senadores votaram sem o conhecimento necessário de muitas propostas que lhes
foram apresentadas. — A mais importante comissão temática do Senado, a CCJ
é o exemplo mais claro da omissão da instituição. Em 2022, a CCJ da Câmara fez
61 sessões ordinárias, e a do Senado apenas seis, sem ação da Presidência, para
corrigir tal abuso — avaliou. O representante do Rio Grande do Norte afirmou ainda que
seria intransigente na defesa da inviolabilidade do mandato e da liberdade de
expressão e apontou que eventuais excessos devem ser corrigidos pela
Constituição e pelas comissões de Ética da Câmara e do Senado, mas não pelo
“arbítrio” de alguns. Desistência Antes de abrir mão de sua candidatura em favor de Rogério
Marinho, o senador Eduardo Girão aproveitou para defender o voto aberto, uma
atuação mais transparente e uma aproximação maior do Senado da população. Ele
também criticou a falta de equilíbrio entre os poderes e o que considera abuso
de alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). — Fiz minha parte para viabilizar esta candidatura, mas
reconheço que não foi possível. Se tem alguém com mais chance de garantir a
alternância de poder, mesmo não defendendo tudo que proponho, não tenho
nenhum problema em apoiá-lo para o bem do Senado e do Brasil: Rogério Marinho.
Meu voto e meu apoio são seus —declarou. Atribuições Ao presidente cabe convocar e presidir as sessões do Senado
e as sessões conjuntas do Congresso Nacional, dar posse aos senadores e fazer
comunicação de interesse do Senado e do país, a qualquer momento, no Plenário. Além disso, o presidente define os projetos que devem ir à votação,
de acordo com as regras regimentais, retira proposição de pauta para
cumprimento de despacho, correção de erro ou omissão no avulso eletrônico e
para sanar falhas da instrução, além de decidir as questões de ordem. Também é função do presidente impugnar proposições
contrárias à Constituição, às leis, ou ao regimento. O autor, no entanto, tem
direito a entrar com recurso no Plenário, que decidirá após audiência da
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
Ainda de acordo com o regimento, o presidente terá apenas
voto de desempate nas votações abertas, mas sua presença conta para efeito de
quórum, podendo, em votação secreta, votar como qualquer senador. Agência Senado, com foto: Jefferson Rdy
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