17/01/2023
Acusado de planejar explodir bomba próximo ao Aeroporto de Brasília se entrega à polícia
BRASÍLIA, DF - Um dos três acusados de participar da
tentativa de explodir uma bomba próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília
na véspera do Natal se entregou à Polícia Civil de Mato Grosso, na tarde de
hoje (17). Alan Diego dos Santos Rodrigues, 32 anos de idade, está
detido em caráter preventivo em uma delegacia da cidade de Comodoro, no oeste
mato-grossense, a cerca de 640 quilômetros da capital, Cuiabá. Segundo a
Polícia Civil, ele será encaminhado ainda hoje a uma unidade prisional do
estado, onde permanecerá à disposição da Justiça. A expectativa é que ele seja
transferido para o Distrito Federal. Na semana passada, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal
e Territórios (TJDFT) aceitou a denúncia que o Ministério Público do Distrito
Federal e Territórios apresentou contra Rodrigues e outros dois investigados, o
empresário George Washington de Oliveira Sousa e o jornalista Wellington Macedo
de Souza, transformando-os em réus no processo que apura a tentativa de
atentado terrorista no aeroporto da capital federal, um dos mais movimentados
do país. Os três réus foram denunciados por colocar em risco a vida,
a integridade física ou o patrimônio de outras pessoas por meio de explosão.
Além disso, George Washington também responderá por porte ilegal de armas e
munições. Primeiro dos três a ser identificado, o empresário foi preso na noite
do próprio dia 24, em Brasília, após um funcionário da empresa administradora
do aeroporto alertar às autoridades para a presença de um objeto estranho
abandonado próximo a um caminhão-tanque. De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal, ao ser
detido, George Washington admitiu ter colocado a bomba junto ao caminhão-tanque
cheio de combustível que estava parado em uma via de acesso ao aeroporto. “Ele [George Washington] confessou que realmente tinha a
intenção de fazer um crime no aeroporto, que seria destruir algo para causar o
caos. O objetivo dele era justamente chamar atenção para o movimento que eles
estão empenhados", disse o delegado-geral da Polícia Civil do Distrito Federal,
Robson Cândido. De acordo com o delegado, o empresário, de 54 anos de idade,
viajou do Pará para Brasília a fim de participar dos atos promovidos por
centenas de pessoas que passaram mais de 2 meses acampadas em frente ao Quartel
General do Exército protestando contra o resultado das últimas eleições
presidenciais e promovendo uma série de atos golpistas e antidemocráticos que
culminaram com o ataque ao Palácio do Planalto, ao Congresso Nacional e ao
Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 8. O empresário, contudo, ficou
hospedado em um apartamento de um bairro de classe média da capital federal,
onde a polícia encontrou várias armas e muita munição. Em depoimento à polícia, George Washington admitiu ter
preparado o material explosivo encontrado junto ao caminhão-tanque, mas disse
que o entregou a Alan e a outra pessoa que, mais tarde, os investigadores
identificaram como sendo Wellington Macedo de Souza, que ainda não foi
localizado. Um dia após a prisão de George Washington, uma denúncia
anônima levou as forças de segurança do Distrito Federal a localizar e destruir
mais artefatos explosivos. O material estava abandonado, sem nenhum cuidado, em
um matagal do Gama, região administrativa a cerca de 35 quilômetros da
Esplanada dos Ministérios, em Brasília. No local também foram encontrados
coletes balísticos e capas para os coletes.
A Agência Brasil não conseguiu contato com a defesa de Alan
Diego dos Santos Rodrigues até a publicação da reportagem. Agência Brasil, com foto: Ilustração/Fábio Dias/PCPR
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