07/11/2022
Mercado financeiro eleva projeção da inflação para este ano; previsões para 2024 e 2025 são otimistas
BRASÍLIA, DF - A previsão do mercado financeiro para o
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação
oficial do país, subiu de 5,61% para 5,63% para este ano. A estimativa consta
do Boletim Focus desta segunda-feira (7), pesquisa divulgada semanalmente, em
Brasília, pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras
para os principais indicadores econômicos. Para 2023, a projeção da inflação ficou em 4,94%. Para 2024
e 2025, as previsões são de inflação em 3,5% e 3%, respectivamente. A previsão para 2022 está acima do teto da meta de inflação
que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário
Nacional, é de 3,5% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto
percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2% e o
superior de 5%. Da mesma forma, a projeção do mercado para a inflação de
2023 também está acima do teto previsto. Para 2023 e 2024, as metas fixadas são
de 3,25% e 3%, respectivamente, também com os intervalos de tolerância de 1,5
ponto percentual. Ou seja, para 2023 os limites são 1,75% e 4,75%. Em setembro, houve deflação de 0,29%, o terceiro mês seguido
de queda no indicador. Com o resultado, o IPCA acumula alta de 4,09% no ano e
7,17% em 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Para outubro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que
é a prévia da inflação, também teve aumento de 0,16%. Os dados consolidados de
outubro serão divulgados na quinta-feira (10) pelo IBGE. Taxa de juros Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como
principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao
ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) ]. A taxa está no maior nível
desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar. Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic
encerre o ano nos mesmos 13,75%. Para o fim de 2023, a estimativa é de que a
taxa básica caia para 11,25% ao ano. Já para 2024 e 2025, a previsão é de Selic
em 8% ao ano, para os dois anos. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade
é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros
mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais
altas também podem dificultar a expansão da economia. Além da Selic, os bancos
consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos
consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é de que o
crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o
controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica. PIB e câmbio A projeção das instituições financeiras para o crescimento
da economia brasileira neste ano se mantém em 2,76%. Para 2023, a expectativa
para o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços
produzidos no país - é de crescimento de 0,7%. Para 2024 e 2025, o mercado
financeiro projeta expansão do PIB em 1,8% e 2%, respectivamente.
A expectativa para a cotação do dólar manteve-se em R$ 5,20
para o final deste ano. Para o fim de 2023, a previsão é de que a moeda
americana se mantenha nesse mesmo patamar. Agência Brasil, com foto: Ilustração/Pixabay
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