23/08/2022
Campanha alerta para ameaça de retorno da paralisia infantil no Brasil
RIO DE JANEIRO, RJ - A Sociedade Brasileira de Imunizações
(SBIm) lançou hoje (22) a campanha Paralisia Infantil - A Ameaça Está de Volta,
para estimular a adesão à campanha de vacinação contra a poliomielite, que está
sendo realizada desde o dia 8 deste mês pelo Ministério da Saúde. As ações
serão realizadas nas redes sociais e junto a profissionais de saúde. O Brasil tem registrado queda de coberturas vacinais desde
2015. No caso da poliomielite, a preocupação de pesquisadores é que o movimento
de queda coincide com o ressurgimento de casos em locais em que a doença já
estava erradicada, como Estados Unidos, Malawi e Israel. No Brasil, o último
caso confirmado foi em 1989. Estima-se que três em cada 10 bebês brasileiros nascidos em
2021 não tomaram as doses da vacina intramuscular contra a pólio, previstas
para os 2, 4 e 6 meses de idade. A proteção contra a doença também requer doses
em gotinhas aos 15 meses e aos 4 anos de idade, e, segundo o Sistema de
Informação do Programa Nacional de Imunizações, somente 54% das crianças
completaram o esquema vacinal no ano passado, enquanto a meta que deve ser
atingida para garantir a imunidade coletiva é de 95% das crianças vacinadas. Para melhorar esse cenário, começou em 8 de agosto a
Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação de 2022,
e, no último sábado, foi realizado o Dia D de Mobilização. O presidente da SBIm, Juarez Cunha, afirma que o mais
importante é que as crianças que não foram vacinadas sejam levadas aos postos,
mas que os pais daquelas que estão com a imunização em dia também podem
levá-las para receber um reforço na proteção. "A pólio não tem um tratamento específico. A única
coisa que a gente tem como ferramenta de proteção são as vacinas, que são
ferramentas extremamente seguras, eficazes e gratuitas", destaca Juarez. A infecção pelo poliovírus pode causar sequelas e levar à
morte. Embora a maioria das pessoas que contrai o vírus não apresente sintomas,
as infecções podem levar à paralisia irreversível em algum dos membros, sendo
as pernas acometidas com maior frequência. Entre os pacientes que sofrem de
poliomielite paralítica, 5% a 10% morrem por paralisia dos músculos
respiratórios. A campanha da SBIm pretende destacar a ameaça que a doença
representa e contará com depoimentos de duas pessoas que vivem com sequelas da
pólio. Peças informativas e vídeos com especialistas que serão divulgados nas
redes sociais e sites da SBIm e de entidades apoiadoras, como o Fundo das
Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Bio-Manguinhos/Fiocruz e as sociedades
brasileiras de Pediatria (SBP), Infectologia (SBI) e Ortopedia e Traumatologia
(SBOT).
"Um dos grandes problemas que levam a uma baixa adesão
à vacinação é a falsa sensação de segurança em relação a doenças que as pessoas
só não conhecem, ou nunca viram, porque foram vacinadas contra elas",
lembra Juarez Cunha. Agência Brasil, com foto: Tomaz Silva
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