05/07/2022
Congresso derruba vetos de Bolsonaro e garante quase R$ 7 bilhões à Cultura
BRASÍLIA, DF - Com a presença em Plenário de artistas,
empresários, produtores e secretários de Cultura, o Congresso Nacional
derrubou, na noite desta terça-feira (5), os vetos do presidente Jair Bolsonaro
à Lei Aldir Blanc 2 e à Lei Paulo Gustavo, ambas criadas para incentivar
atividades culturais via estados e municípios. A votação foi possível a partir de um acordo entre líderes
partidários e governo, o que permitiu ainda a análise de quase toda a pauta do
dia, que tinha 27 itens. Com a derrubada dos vetos, os textos serão agora
promulgados pelo presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, tornando-se leis. Juntas,
as duas proposições somam repasses iniciais de R$ 6,8 bilhões. Lei Aldir Blanc 2 O veto relativo à Lei Aldir Blanc 2 foi rejeitado por 414
deputados federais. Trinta e nove quiseram mantê-lo, mas foram derrotados.
Houve ainda duas abstenções. No Senado, o placar foi unânime: 69 a 0. A Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura é uma
homenagem ao compositor Aldir Blanc Mendes, que morreu em maio de 2020 em
decorrência da covid-19. Ela foi aprovada no Senado em março deste ano e é
resultado do PL 1.518/2021. A iniciativa enumera 17 ações e atividades que podem ser
financiadas. Entre elas, exposições, festivais, festas populares, feiras e
espetáculos, prêmios, cursos, concessão de bolsas de estudo e realização de
intercâmbio cultural. O dinheiro também poderá ser usado para aquisição de obras
de arte, preservação, organização, digitalização do patrimônio cultural,
construção ou reforma de museus, bibliotecas, centros culturais e teatros,
aquisição de imóveis tombados para instalação de equipamentos culturais e
manutenção de companhias e orquestras. Lei Paulo Gustavo Já o veto presidencial sobre a Lei Paulo Gustavo foi
derrubado por todos os 66 senadores que votaram. Na Câmara, ainda houve
divergência: 356 a 36. O texto autoriza repasse de cerca de R$ 3,86 bilhões em
recursos federais a estados e municípios para fomento de atividades e produtos
culturais, como forma de atenuar os efeitos econômicos e sociais da pandemia de
covid-19. Do total a ser liberado pelo Poder Executivo, R$ 2,797 bilhões devem
ir para o setor de audiovisual. O restante (R$ 1,065 bilhão) será repartido
entre outras atividades culturais.
O nome do projeto homenageia o ator e humorista Paulo
Gustavo, que morreu em maio de 2021, também vítima da covid-19. A verba
prevista deve sair do superávit financeiro do Fundo Nacional de Cultura (FNC) e
deverá ser operada diretamente por estados e municípios. Com informações da Agência
Senado, com foto: Pedro Gontijo
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