18/06/2022
Bolsonaro teme greve dos caminhoneiros, após aumento de 5,2% na gasolina e de 14,2% no diesel
BRASÍLIA, DF - A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (17)
reajustes de 5,2% no preço da gasolina e de 14,2% no preço do diesel. Os novos
valores passam a vigorar a partir deste sábado (18). A empresa informou que o preço médio de venda de gasolina
para as distribuidoras passará de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro. O último
ajuste ocorreu em 11 de março, há 99 dias. Para o diesel, o reajuste ocorre 39 dias depois do aumento
anterior. O preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passará de
R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro. O último ajuste ocorreu no dia 10 de maio. O preço do gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de
cozinha, não sofreu reajuste. Em nota para divulgar os aumentos, a Petrobras
afirmou que tem buscado o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas
sem repasse imediato para os preços internos da volatilidade das cotações
internacionais e da taxa de câmbio. "Esse posicionamento permitiu à Petrobras manter preços
de GLP estáveis por até 152 dias; de diesel por até 84 dias; e de gasolina por
até 99 dias. Esta prática não é comum a outros fornecedores que atuam no
mercado brasileiro que ajustam seus preços com maior frequência, tampouco as
maiores empresas internacionais que ajustam seus preços até diariamente". Repercussão Já pelo Twitter, o presidente Jair Bolsonaro fez duras
críticas à Petrobras pelo novo reajuste. "O Governo Federal como acionista é contra qualquer
reajuste nos combustíveis, não só pelo exagerado lucro da Petrobras em plena
crise mundial, bem como pelo interesse público previsto na Lei das
Estatais", postou o presidente. Em seguida, ele citou a possibilidade de uma greve de
caminhoneiros, em decorrência do preço dos combustíveis. "A Petrobras pode mergulhar o Brasil num caos. Seus
presidente, diretores e conselheiros bem sabem do que aconteceu com a greve dos
caminhoneiros em 2018, e as consequências nefastas para a economia do Brasil e
a vida do nosso povo". O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, também
criticou o reajuste anunciado nesta sexta-feira e pediu a renúncia imediata do
presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho. "O presidente da Petroras tem que renunciar
imediatamente", tuitou Lira. "Ele só representa a si mesmo e o que
faz deixará um legado de destruição para a empresa, para o país e para o povo.
Saia!!!" Na última quarta-feira (15), a Câmara dos Deputados concluiu
a votação do Projeto de Lei Complementar (PLP) 18/2022, que limita a aplicação
de alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre
combustíveis, fixando-a no patamar máximo de 17% a 18%, abaixo dos valores
atuais aplicados pelos estados.
A medida tem o objetivo de reduzir o preço dos combustíveis
para o consumidor, mas os aumentos da Petrobras podem anular os efeitos dessa
desoneração. O texto aguarda sanção presidencial para entrar em vigor. Agência
Brasil, com foto: Marcos Corrêa/PR
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